Uma nova etapa na história do Carnaval do Rio de Janeiro começou a ser escrita neste domingo (2). Foi a primeira noite os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial em um novo formato: três noites. A Unidos de Padre Miguel (UPM), campeã da Série Ouro, foi a primeira a desfilar pelo Sambódromo da capital fluminense.
As comissões de frente foram destaques, ao provocarem a mobilização das arquibancadas e frisas, com palmas e gritos. As quatro escolas contribuíram com uma tendência iniciada nos últimos anos. Elementos cenográficos com tamanhos significativos, drones e a iluminação cénica do próprio Sambódromo estavam presentes em todas.
Apesar de problemas técnicos no carro de som em diversos momentos da noite e questões pontuais e rapidamente resolvidas com alegorias, os desfiles transcorreram sem maiores dificuldades. Nenhuma escola estourou o novo tempo máximo de 80 minutos.
Temas afro dominaram primeira noite na Sapucaí
Após cinco décadas, a UPM retornou à elite do carnaval com um enredo sobre a fundadora do Terreiro da Casa Branca, Iyá Nassô. O centro religioso de uma das personagens fundamentais da história do candomblé fica na Bahia.
O protagonismo feminino foi destaque, com a bateria tendo 40 ritmistas mulheres. O tamanho das alegorias também chamou atenção. O abre-alas representava o império de Oyó e era composto por três carros acoplados, que, juntos, chegavam a 55 metros de comprimento.
A Imperatriz Leopoldinense desfilou em seguida com o enredo “Ómi Tútú ao Olúfon – água fresca para o Senhor de Ifón”. O samba da escola de Ramos envolveu as milhares de pessoas presentes no Sambódromo. A grandiosidade foi uma das características mais marcantes, como um carro alegórico com cinco mil litros de água para representar a jornada do orixá.
A atual vice-campeã contou a história de Oxalá até Xangô, sendo escolhida como primeira finalista do Prêmio Estandarte de Ouro na categoria de melhor escola do Grupo Especial.
Mangueira encerrou com crítica social
Em busca do tetracampeonato, a Acadêmicos da Viradouro trouxe o enredo sobre “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos”. A agremiação de Niterói desfilou com quase três mil componentes, distribuídos em 22 alas e seis carros alegóricos, além de um tripé.
O acabamento das alegorias e fantasias, junto com o uso de efeitos holográficos, ressaltaram a história do líder do Quilombo do Catucá, no Norte de Pernambuco.
A Estação Primeira de Mangueira encerrou a primeira noite de desfiles com uma forte crítica social que envolveu toda a Sapucaí. O carnavalesco Sidnei França desenvolveu o enredo “À Flor da Terra – No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões”.
Três mil componentes, cinco alegorias e três tripés trouxeram as heranças do povo bantu na cultura carioca. O samba que já marcava o público desde os ensaios técnicos, envolveu a Sapucaí com tons de jongo, funk e capoeira.
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