A paulista Rafaela Sumida é uma das nadadoras que reforçou a equipe de natação Flamengo/ENS neste início de ano. Com apenas 16 anos, ela conta com orgulho o feito da medalha de bronze no Mundial Júnior do ano passado e mira na volta a esta competição para melhorar seu desempenho.
Para chegar lá, Rafaela Sumida precisa se qualificar na seletiva do Troféu Brasil, que acontece em maio. Recém-chegada ao Rio de Janeiro, ela está empolgada para representar um clube de grande torcida, apesar de saber da responsabilidade do desafio. Rafa, desde pequenina, já sabia se virar na água.
“Eu entrei na piscina pela primeira vez com 19 dias de vida. Comecei a participar das competições com sete anos de idade, bem pequena. Comecei a nadar os campeonatos sudeste, depois Campeonato Paulista e comecei a ir para os Campeonatos Brasileiros”, conta.
“Eu sempre gostei bastante de nadar. Sempre me destaquei na natação e agora eu estou muito ansiosa de entrar para o Flamengo pois eu estava à procura de novos ares. Com esta reformulação que eles estão fazendo no clube, chamando vários atletas, estão deixando um time bem forte, mais do que já era antes e estou muito ansiosa”, completa.
Rafaela Sumida é atleta de alto desempenho e para isso teve que fazer a escolha pela natação, já que a puxada rotina de treinos pede disciplina e foco no propósito a ser perseguido. Ela destaca que passou a levar ainda mais a sério o esporte quando representou a seleção brasileira pela primeira vez em uma competição internacional, com 14 anos.
Rafaela Sumida olha para o exterior
A atleta relata sua rotina de treino. “Eu treino de segunda a sábado, normalmente são duas horas na piscina, mais uma hora de preparação física. Duas vezes na semana eu faço a dobra, que outro treino na parte da manhã, em torno de 1h40.”
Rafaela Sumida tem na irmã, que nada nos Estados Unidos, sua inspiração no esporte e não esconde que ir para os Estados Unidos estudar e treinar é um objetivo a ser alcançado, mas antes é preciso completar o colegial no Brasil.
“A minha irmã sempre foi uma grande inspiração para mim e ela acabou indo para os EUA, sempre foi o sonho dela. Agora ela nada e estuda lá, já se formou na universidade e quando eu vi que ela tinha esse desejo, vi ela pesquisando sobre universidades, eu comecei a gostar”.
Rafaela Sumida conta que os Estados Unidos é um destino certo, mas o Brasil não ficará para trás “Apesar da educação no Brasil ser boa, lá nos Estados Unidos o investimento nos esportes é maior do que aqui. A educação lá é muito boa também. Eu, particularmente, quero ir para os Estados Unidos, fazer universidade, mas eu ainda quero vir para o Brasil, representar o país”.
Sobre investimento e valorização de atletas, a nadadora do Flamengo fala como gente grande sobre as oportunidades que o esporte dá, principalmente para jovens que estão em formação. “Eu acho que o esporte no Brasil poderia ser mais valorizado do que é hoje. O esporte oferece inclusão social para as pessoas, dá oportunidades que eu acho que todas as pessoas deveriam ter”.
“Além da inclusão social, o esporte traz saúde. Acho que ajuda na formação de uma pessoa melhor. Você convive com várias pessoas que têm o mesmo objetivo em comum. O esporte pode acabar tirando os jovens de questões como drogas e bebidas”.
Com o jeito de menina, mas sabedoria de uma atleta de alto desempenho, Rafaela Sumida dá um recado para as meninas que estão começando a nadar e ainda não viram o resultado acontecer. “Tudo tem seu tempo. Tem vários ótimos nadadores no mundo que não se destacavam na categoria de base, até 18 anos. Começaram a se destacar com 22, 23. Você só não pode desistir, tem que ter muita persistência”.