Política
Entrevista

Pré-candidato à prefeitura de Saquarema, Paulo Melo fala sobre presente e futuro da cidade

Nos 182 anos de Saquarema, Paulo Melo, pré-candidato à prefeitura, diz que o município está mal tratado e revela como pretende mudar o cenário.

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08 de maio de 2023
Pré-candidato à prefeitura de Saquarema, Paulo Melo fala sobre presente e futuro da cidade
O pré-candidato à prefeitura de Saquarema, Paulo Melo. Crédito: Leonardo Nogueira

Por Leonardo Nogueira

Em processo de retomada da atuação efetiva na política, o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Paulo Melo, já começou a trabalhar em sua pré-candidatura à prefeitura de Saquarema, na Região dos Lagos.

Embora, atualmente, esteja filiado ao União Brasil – partido pelo qual ajudou sua esposa, Deputada Franciane Motta (União), a se reeleger à Casa Legislativa do Estado, em 2022 -, Melo afirma que ainda não sabe por qual legenda vai concorrer em 2024 e que tudo dependerá “da conjuntura política e das conversas de costura” que ainda está participando.

Como forma de celebração pelos 182 anos de Saquarema, o ex-presidente da Alerj concedeu entrevista exclusiva ao Conexão Fluminense, em que avaliou a atual gestão de Saquarema, falou sobre os eixos da cidade que precisam de maior atenção e contou como pretende atuar caso ganhe as eleições municipais de 2024.

Melo aproveitou para gravar um recado direto aos munícipes da cidade praiana contando com orgulho sobre a sua relação com a cidade.

Conexão Fluminense – Sobre sua pré-candidatura, pretende ir pelo União Brasil ou enxerga outra possibilidade?

Paulo Melo – O União está mudando aqui (no Rio) e hoje tenho vários partidos. O próprio PMDB, Republicanos, PSDB, isso depende muito da conjuntura política, da fotografia do momento e das conversas de costura que a gente está tendo no dia a dia.

Eu não vou ter problema de disputar por nenhum partido, o PMDB é minha casa, fui presidente de lá; também fui presidente regional do PSDB; tem o União Brasil que eu entrei agora e minha mulher se elegeu pela legenda; tem o Republicanos, onde o Waguinho (Wagner Carneiro) está, ele é meu amigo pessoal. Eu sou pré-candidato.

Conexão Fluminense – Depois de todo esse momento que o senhor passou, qual é seu objetivo voltando para a política?

PM Essa volta é visando atender o povo de uma cidade onde sempre fui muito bem atendido e que hoje é maltratada, mesmo estando bilionária.

Com emoção, Paulo Melo contou seu forte histórico com a cidade que celebra 182 anos em 2023

CF – Como o senhor avalia os investimentos feitos na cidade, acha que a gestão atual está indo pelo caminho certo?

PM – Não, estão gastando dinheiro de maneira equivocada, tratam mal as pessoas. A arrecadação de Saquarema aumentou treze, quatorze vezes do orçamento total, mas a vida da população não melhorou nem duas vezes. O que a gente quer é retornar para a população aquilo que ela tem direito, esperando dar o melhor.

CF – Qual é o principal eixo que o senhor avalia que precisa de investimento?

Paulo Melo – Na área social, em especial do desenvolvimento econômico para geração de emprego. As pessoas querem ter um trabalho que garanta dignidade para ele, que permita ele ter expectativa de deixar algo seguro para a família, como uma aposentadoria. Isso você não vai ter com o Bolsa Família e nem com moeda social. Eu acho que a atual gestão faz muita firula, mas no essencial não atende.

CF – Em caso de uma possível vitória em 2024, como pretende fazer a sua gestão? Como será essa relação com o governo do Estado?

Paulo Melo – Eu sou do diálogo. Eu adoro perder tempo conversando, quando tem como finalidade ajudar os outros. Eu me dou super bem com o Cláudio Castro (PL), sou grato a ele inclusive pelo tratamento que ele me deu e num governo nós vamos ter mais dois anos e vamos trabalhar juntos. Vai ter um grande parceiro.

CF – O senhor foi bastante atuante nas campanhas da deputada Franciane Motta (União), que na última eleição conseguiu se reeleger com um bom capital político. Como foi sua ajuda?

Paulo Melo – Quando estava lá estava em Bangu, minha mulher se elegeu com cinquenta mil votos, com muita ajuda de cartas que eu escrevi. Eu sabia que eu tinha um espaço lá fora, quando eu estava lá dentro eu já sabia. Minha mulher é a única pessoa, esposa de uma pessoa que teoricamente foi envolvida – mesmo até hoje ninguém tendo pegado nada meu.

Então, eu fui o único que conseguiu eleger ( alguém de confiança). Eduardo Cunha, Picciani, Sérgio Cabral não conseguiram. No sul e Norte também não conseguiram, eu consegui. Minha mulher teve quarenta e nove mil votos. Eu mandava cartas para prefeitos, vereadores, pessoas que tinham ligação comigo e que de alguma forma eu tinha participado do processo político e da vida deles.

“Precisamos aproveitar esse momento, porque o petróleo é uma energia finita, você precisa saber usar”

Paulo Melo, pré-candidato à prefeitura de Saquarema

CF – E nesta última eleição da deputada, o senhor ajudou de alguma forma?

Paulo Melo – Essa eleição da minha mulher eu devo muito ao Waguinho. Ela foi a única candidata a deputada do União Brasil que recebeu todo fundo partidário que tinha direito, cem por cento na integralidade.

CF – E o senhor teve alguma participação nesta ponte entre ela e o Waguinho?

Paulo Melo – Waguinho achava importante que eu participasse deste processo, eu ia ser candidato inclusive a deputado federal pelo União Brasil. Eu não fui porque eu achava injusto, no momento. Eu não tinha condições de deixar de retribuir a pessoas que eu devia favores, de uma profunda gratidão, como Marco Antônio e André Mônica. Então, eu achei que não era justo eu obstruir e ofuscar o sonho deles.

CF – Existe algum outro eixo que pretenda investir com mais força, caso consiga ganhar a próxima corrida eleitoral?

Paulo Melo – A Educação, não só na formação, mas aliada a geração de emprego. Queremos para Saquarema um plano de conhecimento, projeto que leve a inteligência para dentro, trazendo universidade para dentro da minha cidade com nova tecnologia, procurando, por exemplo, a UFF. Precisamos aproveitar esse momento, porque o petróleo é uma energia finita, você precisa saber usar.

O Fundo Soberano do Rio de Janeiro foi a minha mulher que fez, eu que escrevi lá em Bangu com a ajuda de outras pessoas e ela foi apresentar o presidente da assembleia, ele simplesmente disse que não era o momento de publicar e depois usou, se apoderou.

CF – O senhor gostaria de deixar algum recado final?

Paulo Melo – Eu fui preso. Quase três anos da minha vida foram tirados e a condenação foi cancelada. Por isso que a gente é a caça às bruxas, a inquisição do Ministério Público e de um ou outro juiz, como Bretas (Marcelo) ou como Moro (Sérgio), que quiseram se projetar na desgraça alheia, que nunca contribuíram em nada para o país a não ser receber um salário muito bom em seus cargos.

Sou acusado de fazer parte do grupo do Sérgio Cabral. Se dever favor ao Sérgio Cabral é ser grato por tudo que ele fez no meu estado, pela transformação que ele fez na Região dos Lagos, em especial na minha cidade – onde nós temos hospital que tem uma maternidade referência em alto-risco que atende todo o estado, um outro em Araruama que se transformou em um hospital de trauma, em uma região que carece disso-, se ser deste grupo político é cometer algum crime, eu não posso fazer nada. Mas não encontraram dinheiro comigo, não pegaram gravação comigo.

Não dá para ficar olhando para trás. Só de você acordar de manhã, estar lúcido, inteiro fisicamente, pisar no chão e sair andando, já é motivo de agradecimento.

CF – Como é a sua relação com o Sérgio Cabral?

Paulo Melo – Eu adoro o Cabral. Eu não posso encontrá-lo, mas eu adoro. Ele tem impedimento de conversar comigo, então na hora que ele não tiver este impedimento o primeiro ônibus ou taxi que eu vou pegar é para ir na casa dele.