O clima já esquentou para a eleição presidencial no Vasco da Gama, que deve acontecer em novembro. Atual vice-presidente do Camisas Negras, Marcelo Borges já trabalha para ser o próximo mandatário do Vasco da Gama.
Em entrevista especial ao Conexão Fluminense, o profissional da área de Tecnologia da Informação expressou sua preocupação com a base de dados do clube e apresentou propostas que defenderá durante a campanha, como uma auditoria do contrato com a 777 Partners e a ampliação de São Januário, transformando-o em uma caravela para 45 mil torcedores.
“Da semana passada para cá, o Vasco tirou todos os dados dos sócios do portal sem avisar e ainda não restabeleceu o serviço mesmo passando do prazo. Eu sou de TI (tecnologia da Informação) e vejo isso como um erro gravíssimo”.
“Eles deveriam ter feito um ambiente paralelo, de homologação, para fazer a migração desses dados de uma forma responsável e sólida. Se a gente já tinha uma preocupação em relação à confiança da base de dados, após esse infeliz incidente, a gente vai tomar providências”, afirmou Borges.
Prestes a completar 12 anos de experiência na vida política do clube de regatas, onde já ocupou o cargo de diretor de patrimônio, Borges busca esse novo espaço no gigante da colina, mas afirma que só começará de fato a caminhada de campanha em julho. Sobre a ideia de se lançar à presidência, ele afirma que foi uma ideia coletiva.
“Foi por unanimidade, a ideia partiu de toda diretoria do Camisas Negras. Eu tive 100% dos votos. Na verdade, foi um momento pensando entre eles em reunião que fizeram separados. Fiquei emocionado e muito feliz. No Vasco, nas eleições anteriores, era separado por chapas. Você tem a chapa verde, azul, amarela, roxa, preta, entre outras, eu na maioria das vezes tenho hoje apoio de membros de todas. Outras pessoas não têm esse apoio, talvez por isso que meu nome tenha sido pensado porque eu não tenho, a princípio, rejeição em direção nenhuma no Vasco”, afirmou Borges.
Perguntado sobre o motivo de querer revisar o contrato com a SAF, Borges afirma que existe um processo de transparência com os sócios que não foi respeitado.
“Quando a gente fala em auditar a SAF, eu quero dizer auditar os processos e inclusive a SAF, ela é um dos erros processuais que aconteceram nos últimos três anos. A gente colocou três contadores nossos da campanha para revisar os balanços que foram apresentados até agora e ninguém conseguiu chegar a falar com certeza sobre o lançamento do dinheiro de venda do Vasco. Surgiu essa proposta de ajustar porque o sócio não teve acesso ao contrato, quando a gente cobra é alegado confidencialidade e somos os únicos”, disse o vice-presidente do Camisas Negras.
Borges ainda comentou que se tiver qualquer problema no contrato, ele será apurado no rigor da lei e que “a SAF hoje é uma grande zona cinzenta que será desvendada”.
Dentre os projetos, Borges tem mais quatro que seriam os carros chefes em sua cartilha de propostas. Um deles é o de construir o Estádio Caravela.
“O projeto, que faz parte do Somamos, foi feito por uma das principais empresas do mundo em construção de arena, e que vai mudar não só São Januário, mas o entorno inteiro da região. As competições internacionais exigem um número mínimo de sentados, e a gente estipulou que seria por volta desse valor. O projeto de execução simples, dentro do que é o potencial construtivo que foi aprovado pela prefeitura e está em vias de conclusão. Não é algo que impactaria o clube financeiramente, porque o dinheiro já está na prefeitura. É um dos mais bonitos do mundo, vai ser mais um ponto de cultura e investimento para a região”, disse.
Novas sedes para o Vasco
Tendo sangue português e sendo a primeira geração de sua família a ter nascido no Brasil, Borges diz que carrega o Vasco desde pequeno no peito e que o clube sempre apareceu como um lar para ele. Nessa perspectiva, ele visa como proposta aumentar o acesso a história do Vasco e o conforto para os sócios.
Nessa perspectivas, Borges também destacou propostas como comprar duas novas sedes para preservação da história do clube, em regiões estratégicas da cidade, para atender a grande demanda social dos sócios torcedores; fundar o Instituto Vasco da Gama para desenvolver centros de treinamento de novos atletas não limitado às modalidades olímpicas; e a criação do VascoPass, que dará acesso aos sócios do clube às Casas Portuguesas de todos os bairros do Rio, com o obejtivo de proporcionar conforto e vida social.
A equipe do Conexão Fluminense procurou contato com a atual gestão do Vasco da Gama mas até agora não obteve resposta. O espaço está à disposição do clube.