O Conselho Empresarial de Economia da Firjan – Federação das Indústrias do Rio de Janeiro – recebeu em reunião virual, na segunda-feira (9), Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central. A ideia é falar sobre os próximos passos e impactos da política monetária brasileira. Uma das questões levantadas pelo economista foi a necessidade de transparência em relação aos gastos públicos. A reunião ocorreu na sede da federação, na capital fluminense, e o diretor da autoridade monetária participou de forma virtual.
“O diretor trouxe principalmente a transparência sobre o que se espera de um organismo que é tão importante para as políticas públicas. Ele mostrou sensibilidade para uma política fiscal que tenha esse conceito, através de um debate com a sociedade”, analisou Carlos Frederico Aguiar, presidente do Conselho de Economia.
O diretor do BC analisou o cenário internacional, em que as taxas de juros norte-americanas subiram para 4,7%, o que dá um prêmio mais elevado para quem aplica nos EUA em relação aos países emergentes. Porém, ressaltou que há um cenário externo desafiador, principalmente em um contexto de uma guerra em Israel e que deixa o ambiente internacional mais incerto.
Conselho da Firjan: diretor do BC diz que projeção é de inflação a 3%
“Temos um cenário mais desafiador, inclusive com o recente conflito em Israel. Por outro lado, é compensado com cenário interno mais benigno. O Brasil segue com a política de corte de juros porque a inflação tem tido um comportamento de baixa. As projeções do Banco Central são de taxa inferior a 3% este ano”, disse.
Outro fator positivo destacado pelo diretor do BC é o crescimento do agronegócio, o que ajuda na queda inflacionária; e que ainda há um mercado de trabalho aquecido, o que não é comum em épocas de inflação baixa, conforme ele explicou. Galípolo discorreu ainda sobre vários temas econômicos, como as altas do dólar e do petróleo, as influências da pandemia da Covid-19, da guerra na Ucrânia e do fenômeno El Niño na economia.
A transição ecológica foi destacada por Galípolo, que aposta em uma neoindustrialização como vetor de desenvolvimento econômico, ambiental e social. “As mudanças no cenário global restringem as alternativas para o investidor. Competimos com o México, que tem a proximidade dos EUA como vantagem. O Brasil deve se colocar como um polo de atração de investimentos produtivos. Para isso, é preciso políticas públicas transparentes. Uma delas é o projeto de taxonomia dos créditos de carbono, do qual o BC participa junto com outros órgãos do governo”, detalhou Galípolo.
A reunião contou com as presenças do 1º vice-presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano; dos presidentes dos Conselhos de Infraestrutura, Mauro Viegas Filho; de Petróleo e Gás, Cynthia Silveira; e de Assuntos Tributários e do Fórum Setorial da Construção Civil, Marcelo Kaiuca.