A energia nuclear, que já tem raízes no Rio de Janeiro, com as usinas de Angra I e Angra II, no municípios de Angra dos Reis, na região da Costa Verde, no Sul Fluminense, busca fazer do estado seu polo nacional, com a possibilidade de ter mais usinas construídas.
Nesta segunda-feira (23) foi assinado, no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na zona sul da capital fluminense, memorando de entendimento entre a Secretaria de Energia e Economia do Mar (Seenemar) e a Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben). O objetivo é estabelecer relações colaborativas entre as duas instituições.
A ideia é promover o desenvolvimento, o acompanhamento e a identificação das demandas do setor de energia nuclear, a partir da troca de informações que viabilizem a melhoria do ambiente de negócios e do ambiente de oferta energética.
O secretário de Estado de Energia e Economia do Mar, Hugo Leal, disse que o acordo é um marco importante para o estado dando perspectiva para o desenvolvimento de fontes renováveis no Rio. “Temos uma oportunidade a partir dessa questão da transição energética de profundo debate para redução da emissão de CO2. Já temos uma costa privilegiada que já nos dá 85% da produção de óleo e gás”, comentou ele.
Reformulação da energia nuclear
Leal disse ainda que a energia nuclear já é um ativo em plena capacidade no estado, mas precisa de uma reformulação e aproveitar todo o potencial dessa fonte energética. Também presente ao evento, o presidente da Aben, Jonh Forman, disse que 40% do suprimento para o estado vem da fornecimento nuclear.
“O Rio já é o principal polo, mas ainda não se deu conta. Esse acordo busca despertar o estado e a indústria para o que já existe. A nossa cooperação vai ser no sentido de abastecer o secretário para tocar projetos estaduais”, comentou.
João Leal, coordenador de Energia Nuclear da Seenemar, comentou que o acordo tem uma importância estratégica. Isso pois todo o ecossistema nucelar está atracado no estado, não as usinas mas as empresas do setor tem sede no Rio.
É o caso da Eletronuclear, da Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e da Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (NUCLEP). Também estão no Rio a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e dois institutos de pesquisa a ela vinculados (Instituto de Engenharia Nuclear – IEN e Instituto de Radioproteção e Dosimetria – IRD), a Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM) e os Estaleiros e a Base Naval que constituem a infraestrutura industrial de apoio ao Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB).
“A energia nuclear é limpa, dá firmeza ao sistema e essa fonte está renascendo no mundo. Nesse momento 60 empresas nucelares estão sendo construídas. Sem a matriz nuclear, não há como falar em descarbonização”, disse.
Novo plano nuclear
No evento, o deputado federal Júlio Lopes (PP-RJ), que é coordenador da Frente Parlamentar Mista da Tecnologia e Atividades Nucleares (FPN), adiantou que pretende apresentar ao congresso a formatação de um novo plano nuclear nacional.
“Vamos seguir uma ideia surgida nos Estados Unidos, do deputado Jeff Duncan, que entendendo as novas mudanças tecnológicas apresentou uma proposta de revisão nucelar. Acredito que o Brasil precisa de uma revisão como essas, fazer uma atualização nuclear no Brasil”, disse ele.
Com relação do Rio, a ideia é que o novo plano concentre no estado todas as atividades relativas à energia nuclear.
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