Poucas pessoas que já viram uma queda de braço, não imagina que esse é um esporte com muitos praticantes e que atrai pessoas de todas as idades. Seu nome oficial é Luta de Braço e reúne desde atletas jovens quanto os mais experientes. E o Rio de Janeiro se prepara para receber o campeonato estadual da modalidade, no próximo dia 18, no Olaria Atlético Clube, na zona norte da capital.
No fim de semana, a Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul, foi palco do Masterclass, evento que contou com a participação do pentacampeão mundial de luta de braço, Fábio Manfrinato, que veio de São Paulo para prestigiar a competição em solo carioca. A reportagem do Conexão Fluminense esteve no evento realizado na zona sul.
O presidente da Federação de Luta de Braço do Rio de Janeiro, Rodrigo Kalebe, que pratica o esporte desde os 17 anos de idade, disse que iniciou sua carreira buscando campeonatos participar até se tornar presidente da federação. Ele diz que o Rio hoje possui mais de 60 atletas profissionais, cinco polos de treinamento e a ideia é fazer com que a modalidade avance mais.
O dirigente disse ainda que a modalidade possui técnicas bem específicas. “A luta é disputada em uma mesa que tem duas almofadas para cotovelos e duas para toque. Um pino para a pessoa apoiar a mão e poder lutar. Existe lutas específicas com braço esquerdo e outro com o braço direito. Sobre as categorias, aqui no Rio, são de dez em dez quilos: 80 kg, 90kg, 100 kg e acima de 100kg. Há ainda voltada para Portadores de Deficiência (PcD) e para o público feminino.
Sobre as regras ele explicou que há regras como: não poder levantar o cotovelo durante a luta, que configura falta, amarras as mãos dos lutadores em caso de falta de firmeza, entre outras. Por exemplo, o lutador não pode ter duas faltas na mesma luta senão sofre eliminação da luta.
Nos campeonatos, o lutador não pode perder duas lutas seguidas senão é desclassificado da competição. É considerado vencedor da luta quando a mão do adversário toca a almofada de toque ou passa da linha divisória da altura da almofada.
Federação de luta de braço busca parceria com o governo
Kalebe disse que o trabalho hoje está focado na disseminação do esporte, com práticas de lutas em espaços públicos, como a própria Lagoa Rodrigo de Freitas, ginásios esportivos entre outros. Ele explicou que o próximo passo agora é levar a exibição da luta de braço em shoppings centers, por possuírem uma elevada circulação de pessoas.
Presente ao Masterclass, Fábio Manfrinato explicou que pratica o esporte há aproximadamente 28 anos e disse que começou a praticar de forma profissional a partir dos 21 anos, mas desde a infância diz que possuía um talento especial para o esporte.
“Desde então fui ganhando, conquistando títulos paulistas e brasileiros, fiquei 13 anos invicto na minha categoria, que sempre foi uma categoria leve de 55kg e 60 kg e também sempre lutei de oito campeonatos mundiais, sendo campeão em cinco deles”, explicou.
Com toda sua experiência, Fábio disse que criou uma equipe de competição em sua cidade, que é em Bauru, no interior paulista e que formou atletas que chegaram a ser campeões paulistas e brasileiros.
Esporte como inclusão social
O lutador disse que a paralisia infantil que teve na infância não impediu que ele pudesse participar de forma profissional de competições e lutas e acrescenta que o esporte pode fazer a diferença na vida das pessoas. “Uma coisa que eu falo: o esporte é a melhor ferramenta de inclusão que existe”,a firmou ele.
Manfrinato disse que hoje viaja representando a confederação brasileira da modalidade. A ideia da entidade, de acordo com ele, é conseguir fazer com que a Luta de Braço consiga ser promovido a esporte paralímpico, o que poderá dar mais condições para que se torne modalidade olímpica depois.
“É isso que estamos tentando: mostrando o esporte a capacidade que tem de atender a todos as faixas etárias, desde jovens sem limite de idade”, disse ele.
Quer receber esta e outras notícias diretamente no seu Whatsapp? Entre no nosso canal. Clique aqui.