Leste Fluminense
Patrimônio geológico

Comitiva da Unesco avalia geoparque em Maricá

Grupo foi recebido na Fazenda Itaocaia e vai visitar locais da cidade até o fim desta semana.

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23 de julho de 2024
Sara Oliveira
Comitiva da Unesco avalia geoparque em Maricá
Grupo foi recebido na Fazenda Itaocaia e vai visitar locais da cidade até o fim desta semana (Foto: Bernardo Gomes)

A Comitiva da Unesco esteve em Maricá, cidade do Leste Fluminense, nesta segunda-feira (22) para avaliar o credenciamento da cidade como porta de entrada do Geoparque Costões e Lagunas. O encontro inicial ocorreu na histórica Fazenda Itaocaia, no bairro de Itaocaia Valley, onde Charles Darwin se hospedou no século 19. A visita, promovida pela Prefeitura de Maricá e sua Secretaria de Turismo, tem como objetivo reconhecer o potencial geológico, científico, didático-pedagógico, turístico, histórico, pré-histórico e ecológico da região.

O grupo chegou ao local após uma caminhada pelo chamado Caminho de Darwin, vindos da região vizinha do Engenho do Mato, em Niterói. Na chegada, o mexicano Miguel Angel Cruz Perez foi recebido pela equipe do geoparque e assistiu a uma apresentação conduzida por Kátia Mansur, doutora em Geologia pela UFRJ e uma das gestoras do geoparque.

Segundo o avaliador, o relatório a ser elaborado vai apontar se Maricá se enquadra nos critérios de credenciamento. O resultado está previsto para setembro e deve ser anunciado numa reunião no Vietnã, sendo ratificado na assembleia geral prevista para 2025.

“É um trabalho longo numa área de grandes dimensões. Nossa tarefa é verificar a documentação existente e conversar com quem vive na área do geoparque, mas também com os responsáveis por sua gestão. Serão dias de coletas de informações e é difícil prever um resultado desde já, mas estou feliz de poder participar desse processo”, afirmou Perez, que estará na cidade até o fim desta semana.

De acordo com a coordenadora de projetos da Secretaria de Turismo, Márcia Freitas, a comitiva da Unesco vai visitar locais como a praia e a gruta da Sacristia e as chamadas ‘beach rocks’ (pedras remanescentes da divisão continental entre África e América), tudo na região de Ponta Negra, sendo a primeira visita já nesta terça-feira (23).

“O passo que está sendo dado aqui é muito importante no sentido do credenciamento, porque temos o reconhecimento de nosso território como porta de entrada do geoparque fluminense. Vamos acompanhar as visitas e depois aguardar o resultado final, mas estamos otimistas”, garantiu Márcia.

No dia 26 de junho, duas placas indicativas foram instaladas em pontos estratégicos de acesso a áreas de interesse neste setor, que ficam em Itaipuaçu e Ponta Negra.

Unesco promove geoconservação no Geoparque Costões e Lagunas

O Geoparque Costões e Lagunas inclui atualmente 15 municípios fluminenses, e poderá ter Maricá como sua porta de entrada. Geoparques podem ser considerados como soluções do Século 21 para geoconservação de áreas relevantes, a partir do seu uso geoturístico e educacional e do comprometimento das populações residentes no território. A Unesco é a entidade promotora deste programa internacional desde 2015.

A entidade considera os geoparques áreas com significância internacional e são geridos com um conceito holístico de proteção, educação e desenvolvimento sustentável. Em março de 2024, o Conselho Executivo da Unesco divulgou a aprovação de 18 dossiês mundiais que foram encaminhados até novembro de 2023, dentre eles o Dossiê do Geoparque Costões e Lagunas, que é oficialmente aspirante à condição de geoparque mundial da organização.

A chancela da Unesco para um geoparque é de grande relevância. Ela confere reconhecimento internacional e traz benefícios significativos, como Turismo Sustentável, Preservação Geológica, Desenvolvimento Econômico, Pesquisa Científica e Valorização Cultural.


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