A solidariedade fez a diferença na vida de 486 pessoas submetidas a transplantes no Estado do Rio, no primeiro semestre deste ano. O número é 25% maior do que os realizados no mesmo período do ano passado.
Uma das vidas salvas foi da pequena Calíope Silva, ao receber um novo coração. Com apenas dez meses, a menina foi uma das 19 pessoas a ter a vida transformada com a doação deste órgão.
A bebê esteve entre a vida e a morte e foi internada aos três meses. Depois de passar por exames, os pais descobriram que a menina tinha uma má-formação genética. Esta condição provocava dilatação irreversível no coração. Em janeiro deste ano, a família da menina recebeu a notícia de que havia um doador compatível e o novo coração estava a caminho. O transplante, realizado há seis meses, foi um sucesso.
“É um momento difícil de descrever. Hoje, vendo nossa filha cheia de energia, depois de ficar tão vulnerável, é motivo de muita alegria. A Calíope é o amor da minha vida e o transplante deu a oportunidade da minha filha viver novamente”, conta o pai da criança, Eric dos Santos.
Aumento de transplantes com aumento de conscientização
Para o coordenador do RJ Transplantes, Alexandre Cauduro, o crescimento no número de procedimentos é resultado de uma maior conscientização sobre a importância desse gesto. Além disso, equipes formadas por profissionais atuam na busca ativa para captação dos órgãos.
‘A doação de órgãos tem a ver com solidariedade e com informação, por isso, investimos na capacitação contínua dos profissionais que atuam nas Comissões de Doação. O objetivo é que eles disponham de todas as informações possíveis sobre a importância da doação de órgãos e que tenham condições de abordar as famílias de forma técnica, mas humanizada. Quem doa o órgão de um familiar está ajudando a salvar a vida de alguém num momento de perda. Então, esta aproximação precisa respeitar todos os limites necessários”, explica Cauduro.
Transplantes de rim são os mais recorrentes
Além do número de transplantados, a quantidade de doadores também cresceu significativamente no estado. Segundo o RJ Transplantes, no primeiro semestre deste ano, foram efetivadas 217 doações de órgãos, um aumento de 15% em relação ao mesmo período em 2023, quando foram realizadas 188. Os órgãos mais captados foram: rim (266), fígado (151), rim (27) e coração (19).
Ao todo, na rede estadual de saúde existem 106 Comissões de Doações distribuídas em unidades próprias nos principais hospitais, entre eles, Alberto Torres, em São Gonçalo; Getúlio Vargas, em Penha; Melchiades Calazans, na Baixada e Roberto Chabo, em Araruama.
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