A Casa de Cultura Villa Maria, em Campos dos Goytacazes, vai abrigar a sede do Norte Fluminense do Geoparque Aspirante Costões e Lagunas do Rio de Janeiro. A inauguração do espaço será marcada por um evento na quinta-feira (26), a partir das 16h.
Na ocasião, acontecerá o lançamento do projeto Geodia na Villa. A iniciativa inclui uma série de roteiros educativos dentro da área compreendida pelo Geoparque. O objetivo é divulgar informações geológicas, históricas e culturais e de populações tradicionais.
“O Geoday também vai proporcionar a troca de informações com os outros municípios. Ou seja, além dos roteiros, também serão realizadas palestras, cursos, entre outros eventos”, afirma a professora Maria da Glória. Ela é assessora científica pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) e coordenadora da Câmara de Educação e Cultura do Geoparque.
Criação do Geoparque avançou no ano passado
A criação de um Geoparque na região do litoral Norte e Leste do Estado do Rio de Janeiro está em discussão há mais de dez anos. A proposta envolve diversas instituições, entre elas as universidades: UFRJ, UERJ, UFRRJ, UENF , UFF e USP.
Em novembro de 2023, o grupo gestor encaminhou um dossiê para a Unesco. A proposta foi aceita e a área passou a ser denominada Geoparque Aspirante Costões e Lagunas do RJ.
Em julho deste ano, uma comissão formada por representantes da Unesco realizou uma avaliação dos locais sugeridos. Um relatório deverá ser encaminhado em setembro para a Unesco. Em abril de 2025, a instituição divulgará o resultado final acerca da criação do Geoparque. Se aceita a proposta, o Geoparque Aspirante Costões e Lagunas do Rio de Janeiro passara a Geoparque Mundial da Unesco. Será o sexto do Brasil.
16 municípios do Norte Fluminense integram iniciativa
O Geoparque abrange 16 municípios — de Maricá, no Leste Fluminense, até São Francisco de Itabapoana, no Norte Fluminense. Ele compreende áreas de interesse científico, didático-pedagógico, turístico, histórico, pré-histórico e ecológico. A coordenadora geral e cientifica do Geoparque Aspirante Costões e Lagunas do Rio de Janeiro é a professora da UFRJ, Kátia Leite Mansur.
“Para que se crie um Geoparque, é necessário que o local contenha uma geologia de importância internacional. Em Búzios e Maricá, por exemplo, temos rochas de bilhões de anos, que são um pedacinho da África, pois estão aqui desde quando os continentes eram ligados. Na Lagoa Salgada, em Campos e São Joao da Barra temos os estromatólitos”, diz Maria da Glória. Ela está envolvida no projeto desde o seu início, em 2012.
Os roteiros turísticos e educativos começarão a ser realizados em parceria com a Casa de Cultura Villa Maria ainda este ano. As ações serão abertas a toda a comunidade.
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