Capital
PREVENÇÃO EM CAMPO

Estado e times juntos na prevenção à violência contra mulher

Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo, firmaram parcerias para promover nas categorias de base palestras sobre este tipo de violência.

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23 de outubro de 2024
Julio Cesar
Estado e times juntos na prevenção à violência contra mulher
Vasco reuniu os jogadores de 15 a 20 anos para refletir sobre uma sociedade livre de violência. (Foto: Eliane Carvalho)

Com cinco títulos mundiais, o Brasil é um dos países que mais forma atletas no mundo. Um dos motivos é existência dos times de base, onde os jovens já sabem desde o início que não basta treinar somente o físico. Formar atletas conscientes e seguros de quem são também faz a diferença. Por isso, a Secretaria de Estado da Mulher e os times Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo, firmaram parcerias para levar aos atletas das categorias de base palestras do Serviço de Educação e Responsabilização do Homem (SerH).

“O SerH é um programa que tem como objetivo a efetivação da Lei Maria da Penha em sua integralidade, trazendo os homens para este movimento, que deve ser coletivo, de prevenção e enfrentamento às violências contra meninas e mulheres”, ressaltou a secretária de Estado da Mulher, Heloisa Aguiar.

Nas conversas com os jogadores, a iniciativa mostrou como o uso da violência é prejudicial para todos os envolvidos, Além disso, foi incentivado que os homens estejam lado a lado das mulheres, como aliados, atuando de forma respeitosa.

Centros de Treinamentos como caminho para prevenção contra violência

Para o coordenador do SerH, Paulo Sarcon, para prevenir a violência contra a mulher, é preciso alcançar os jovens. Desta forma, a promoção das ações nos Centros de Treinamento é um importante caminho para levar a mensagem.

“Fizemos um diálogo sobre o processo de construção da masculinidade e como nós aprendemos a ser homens, sendo sempre pautados, por conta do machismo, a afirmar a masculinidade por meio da violência. Esses processos não são naturais, eles são aprendidos. Dessa forma, é possível que os homens aprendam a ter um comportamento não violento”, explica.

O treinador do sub-17, Eduardo Zuma, destaca que, além da preparação física, é necessário trazer diálogos importantes, como o exercício das masculinidades para a formação do caráter.

“O desempenho faz parte da carreira deles, mas, antes de jogar futebol, os atletas são pessoas que precisam se formar dentro e fora de campo. Acredito que a prevenção é o melhor remédio para tudo. Assim como prevenimos lesões físicas, também podemos prevenir problemas nos relacionamentos, para que eles se conscientizem e tomem boas decisões”, disse.

Representantes dos clubes falam sobre iniciativa

No Fluminense, a ação reuniu jogadores dos times de base masculino e o feminino. Na oportunidade também foram citadas as ferramentas de proteção contra a violência de gênero.

“Consideramos a ação fundamental, pois acreditamos que a educação e a conscientização são essenciais para a formação de atletas responsáveis. A atividade reforça nosso compromisso com a prevenção da violência contra as mulheres, promovendo um ambiente esportivo mais seguro e respeitoso. Trabalhar juntos nessa causa é um passo importante para moldar um futuro em que todos possam viver com dignidade”, observou a coordenadora psicossocial pedagógica do Fluminense, Lucilene Dias.

O Vasco reuniu os jogadores de 15 a 20 anos para conversar com a equipe do SerH. A ocasião serviu para refletir sobre uma sociedade livre de violências.

“A violência contra a mulher é crime. Queremos que, dentro e fora dos gramados, haja respeito, tanto para as torcedoras que frequentam os jogos quanto para todas as mulheres. Por isso, tão importante quanto a formação esportiva do atleta, nos preocupamos com o desenvolvimento biopsicossocial dos jogadores”, destacou a psicóloga do cruzmaltino, Larissa Carlos.

Jogadores como influenciadores

Para a assistente social dos times de base do Botafogo, Iara da Costa, os jogadores atuam como influenciadores na sociedade.

“Essa parceria é fundamental para promover reflexão, sensibilização e trabalhar a prevenção com esses atletas. A partir do momento em que eles adquirem o conhecimento de tudo o que foi ministrado, levarão esse aprendizado para a sociedade, sendo agentes multiplicadores para virarmos esse jogo contra o machismo”, concluiu.


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