O setor de metalurgia fluminense teve forte participação no superávit da balança comercial do estado do Rio de Janeiro. A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) divulgou os números do Boletim Rio Exporta. O documento mostra que o estado teve superávit de US$ 2,8 bilhões de janeiro a março de 2022.
Nas exportações, o destaque foram os produtos básicos: alta de 41% no ano. Entre as indústrias, os dez principais setores exportadores fluminenses registraram expansão no período, com destaque para a Metalurgia, com alta de 68%, reflexo do incremento de 581% nas exportações de produtos laminados planos de ferro ou aço e de 44% nas vendas de produtos semi manufaturados de ferro ou aço.
A corrente de comércio fluminense cresceu 42%, totalizando US$ 16,2 bilhões (US$ 9,5 bi em exportações + US$ 6,7 bi em importações). Assim, permanece como segundo player com maior participação na corrente de comércio brasileira, atrás de São Paulo.
China impacta a metalurgia fluminense
Henrique Carneiro, proprietário da Metalúrgica Vulcano, que fica em Barra Mansa, no Sul Fluminense, explica que o encolhimento nas exportações chinesas de aço facilitou o escoamento da produção da metalurgia do Ocidente. “Para as pequenas empresas, o comércio exterior tem se mantido estável, comparável a 2021, como no caso da Vulcano, que tem os mercados de petróleo e gás e de construção civil entre os principais clientes”.
As importações fluminenses também apresentaram alta, de 41%, no acumulado anual até março. A indústria de petróleo e gás se destacou e cresceu 225% ante o mesmo período de 2021. O incremento de 165% nas compras fluminenses de gás natural liquefeito impactou no resultado. As compras de produtos químicos subiram 29% no período analisado.
“É um reflexo das importações de gás natural liquefeito, principalmente para as termelétricas e como fonte de energia para o maquinário das indústrias.A compra de gás mais que dobrou e passou a ser feita dos Estados Unidos”, esclarece Giorgio Luigi Rossi, coordenador da Firjan Internacional.
Nas exportações, com exclusão de petróleo, a alta foi de 49%, com os Estados Unidos como o principal mercado. Entre os 10 maiores compradores, cinco são latino-americanos. Houve crescimento de 51% nos embarques para países da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) e 28% para o Mercosul. Nas importações excluindo petróleo, o incremento foi de 28%, novamente tendo os EUA como principal parceiro.
Entre as áreas econômicas, o USMCA (bloco EUA, Canadá e México) permaneceu como maior origem das importações. As compras de produtos incluídos na Lista Covid-19 subiram 20%, sendo os principais produtos “Outras máquinas e aparelhos mecânicos com função própria”.