A inclusão social transforma vidas. Vinte e quatro mulheres ganharam uma nova oportunidade no mercado de trabalho esta semana. Elas se formaram no curso de operadora de produção industrial pelo programa “Elas da Bayer: impulsionando mulheres para a indústria”, uma parceria da multinacional do setor farmacêutico com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) na Baixada Fluminense. A maioria, inclusive, já garantiu vaga temporária na indústria instalada em Belford Roxo.
O projeto tem como objetivo avançar em termos de inclusão e diversidade, segundo Ana Isabel dos Santos, gerente de Relações com a Comunidade do Parque Industrial da Bayer em Belford Roxo. “Estamos empenhados em sair do discurso e ter ações afirmativas, uma delas é este projeto, que está alinhado aos valores de diversidade e inclusão da Bayer. A inclusão de mulheres precisa existir na indústria como um todo. Elas representam só 24% dos trabalhadores industriais. Não se sustenta mais um corpo de colaboradores sem diversidade”, disse.
O curso começou em fevereiro deste ano e tinha como foco as candidatas que estivessem em situação de vulnerabilidade, que morassem em Belford Roxo, que fossem mulher cisgênero ou transgênero e tivessem cursado o ensino fundamental completo.
Das selecionadas para o programa de inclusão, 68% são pretas ou pardas; mais da metade tem renda de até um salário mínimo; e 30% são chefes de família. As 24 formandas passaram por um processo seletivo e 22 já foram aprovadas para um contrato temporário na Bayer.
Inclusão social é desenvolvimento humano
Roberto Leverone, presidente da Firjan Caxias e Região, acompanhou a formatura da turma e enfatizou o caráter de inclusão social e de desenvolvimento humano do programa. “Temos que prestigiar uma empresa como a Bayer, que toma uma iniciativa de inclusão social para um determinado número de mulheres. Isso deve servir de estímulo para que outras empresas façam o mesmo. Pessoas sem nenhuma experiência foram treinadas com ferramental moderno e aprenderam a usá-las”, concluiu em entrevista para o mesmo portal.
Uma das que vai começar a trabalhar como operadora industrial em agosto é a pernambucana Renata Castro, 38 anos, que estava há um ano desempregada. “Sou uma mulher trans numa fábrica que é um ambiente bem masculino. Foi um presente de aniversário a contratação. O importante desse curso é que tive mais conhecimentos de mecânica, da parte que só ouvia falar. Senti-me mais confiante em poder responder de igual para igual na fábrica”, comemorou Renata.