Nelson Ruas dos Santos, eleito como Capitão Nelson, tomou posse em primeiro de janeiro para seu segundo mandato como prefeito de São Gonçalo, no Leste Fluminense. Do Partido Liberal, ele tem 65 anos e foi eleito no primeiro turno com 387.914 votos, que representam quase 85% do eleitorado.
Em entrevista exclusiva ao Conexão Fluminense, ele afirma que “a cidade está de cara nova”, além de projetar o segundo mandato, ao analisar desafios e realizações dos primeiros quatro anos, quando disse ter assumido “uma cidade devastada”. A relação com os 27 vereadores da Câmara Municipal e parcerias com os governos Federal e Estadual também foram observadas.
Capitão Nelson é ex-policial militar, já foi suplente de deputado estadual, e analisou os índices de criminalidade do município. João Ventura (União Brasil), de 29 anos, é o vice-prefeito neste novo mandato.
- Como o senhor avalia a relação com a Câmara Municipal no primeiro mandato? Como será neste segundo mandato? Pretende mudar algo?
Capitão Nelson: Tivemos a preocupação de realizar uma gestão marcada pela transparência e respeito ao Legislativo. Todas as nossas iniciativas e projetos foram detalhadamente debatidos com a sociedade civil e com os vereadores, a fim de que todos entendessem nossos objetivos. A política se faz com diálogo e respeito e conseguimos o apoio da grande maioria dos vereadores. Neste novo mandato, seguiremos com o mesmo zelo e respeito e teremos, sem dúvidas, a manutenção do apoio que precisamos para realizar as melhorias que os gonçalenses anseiam.
- Após quatro anos de mandato, quais foram os principais avanços no município?
Capitão Nelson: Conseguimos avançar em todos os setores. Estamos realizando um trabalho sério, com muito planejamento e cuidado na execução de obras importantes para a população. Criamos uma secretaria exclusiva para a produção de projetos e captação de recursos para que pudéssemos tirar importantes obras do papel. Elaboramos o Plano Estratégico Novos Rumos, que garantiu a execução de projetos em todas as áreas. Avançamos muito na Saúde, com a criação do Hospital do Câncer e do Coração, o Centro de Imagens e Especialidades (Ciesg), a revitalização de mais de 50 unidades de saúde, a construção da Clínica do Colubandê, do novo PAM Neves, estamos construindo o novo hospital municipal, entre outros equipamentos. Na área de infraestrutura, entregamos quilômetros e quilômetros de redes de drenagem e macrodrenagem, para minimizar os impactos das chuvas, e transformamos bairros inteiros, com redes de drenagem, pavimentação, calçamento e iluminação de LED. Entregamos três creches em horário integral e estamos construindo mais duas. A cidade está de cara nova, com praças renovadas, ações de paisagismo, espaços públicos que viraram obras de arte a céu aberto, com o projeto Cidade Ilustrada. Numa parceria com o governo do Estado, estamos realizando o MUVI, um corredor viário com ciclovia e redes de drenagem e pavimentação ao longo de 18 quilômetros, entre Neves e Guaxindiba. O governo estadual também está erguendo o Parque RJ, no antigo piscinão, que será uma importante área de lazer, esporte e recreação para a população. São Gonçalo mudou muito nestes quatro anos, resgatamos a autoestima do gonçalense e vamos fazer muito mais.
- Quais os principais desafios para este novo mandato?
Capitão Nelson: Nossa prioridade será a obtenção de mais recursos dos governos estadual e federal, para podermos executar projetos importantes para a população, em diversas áreas. Hoje, a grande maioria da população depende exclusivamente da rede pública de saúde, por exemplo, e precisamos ampliar a oferta de serviços, ainda que já tenhamos avançado muito nesta área. A saúde está sempre demandando nossa atenção e iremos seguir buscando parcerias para melhorar cada vez mais o atendimento em nossa rede municipal.
- Atualmente, quais são as principais áreas propulsoras da economia? O que a prefeitura faz para apoiar?
Capitão Nelson: Antes de conseguir atrair novos investimentos, precisávamos arrumar a casa. E isso está sendo feito. Pegamos uma cidade devastada, terra arrasada, que dava vergonha ao gonçalense. Quem vem a São Gonçalo hoje sabe o quanto a cidade avançou nestes quatro anos. Está mais organizada, bonita, com uma expectativa certa de novas melhorias, diante do grande número de obras em andamento. E nós já conseguimos, sim, atrair novas empresas, como o grupo Assaí, que abriu várias lojas na cidade, e o grupo Atacadão. Agora, é seguir trabalhando e conseguir viabilizar o polo industrial e outras iniciativas que estimulem a iniciativa privada e os empreendedores.
- Como o senhor avalia os atuais índices de segurança púbica de São Gonçalo? Mesmo sendo atribuição direta do Estado, o que o senhor planeja para a área?
Capitão Nelson: São Gonçalo se destacou na redução da criminalidade. Os números do 7º Batalhão de Polícia Militar atestam isso. E, em parte, podemos afirmar que atuamos de forma colaborativa para que isso acontecesse. A nossa Guarda Municipal aumentou a presença nas ruas, numa atuação diretamente ligada à Central de Segurança de São Gonçalo, criada em nossa gestão, que realiza o monitoramento de toda a cidade com mais de 400 câmeras. A captação de R$ 2,8 milhões junto ao Governo Federal possibilitou aquisição de novas viaturas. Em 2024, o número de automóveis chegou a 18. Além disso, os investimentos também possibilitaram a aquisição de 150 coletes balísticos e de rádios comunicadores de última geração, que têm sido fundamentais na comunicação entre agentes em patrulhamento e na celeridade das ocorrências nas quais a Guarda é acionada. Aumentamos o efetivo da Guarda, colocamos vários programas em prática, como a Ronda Maria da Penha, e estamos atuando de forma presente junto ao gonçalense. Conseguimos a expansão da Operação São Gonçalo Presente, que atua de forma integrada com o município.
- O senhor pretende concluir o mandato ou tem outros planos para o pleito de 2026?
Capitão Nelson: Minha preocupação, hoje, é governar São Gonçalo para dar continuidade aos projetos que tanto estão beneficiando nossa gente. Fui eleito com mais de 85% dos votos e sigo acordando cedo, vistoriando obras, acompanhando o atendimento nos equipamentos municipais, a fim de garantir a prestação de serviços que o gonçalense merece.
- A cidade é uma das maiores em população da região metropolitana. Qual a relação do senhor com o comando das demais prefeituras? Há o desejo de desenvolver iniciativas em conjunto?
Capitão Nelson: São Gonçalo sempre foi visto como o patinho feio, o primo pobre, miserável, motivo de piada e chacota. Hoje, nossa realidade é outra: temos uma cidade que avança em todos os setores, é exemplo e referência, como no caso do Hospital do Câncer e do Coração, que recebe pacientes de todo o Estado do Rio, e que dá motivo para o gonçalense se orgulhar de viver aqui. Estamos trabalhando diariamente e sempre abertos a todos que tiverem interesse em ver nossa cidade crescer.
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