Baixada Fluminense
ALERTA

Calor intenso: Hospital Alberto Torres alerta sobre riscos de AVC

O gatilho para desencadear um AVC pode ser um pico de pressão, um período de estresse ocasionado por um momento de calor elevado.

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13 de fevereiro de 2025
Julio Cesar
Calor intenso: Hospital Alberto Torres alerta sobre riscos de AVC
Calor elevado pode provocar pico de pressão. (Foto: Carlos Magno)

Em dias de calor intenso é preciso estar mais atento ao risco de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). O alerta vem de médicos do Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT), na Baixada Fluminense.

A unidade estadual recebeu prêmio internacional pela excelência no tratamento da doença, chamada popularmente de derrame. Desde janeiro de 2023, o hospital atendeu mais de 130 pacientes com a terapia trombolítica, que conseguiu reverter ou reduzir possíveis sequelas.

O AVC é uma das principais causas de morte no Brasil. Em 2023, foram 77 mil pessoas em 2023, segundo o Portal da Transparência do Registro Civil. O sucesso da terapia depende de o paciente ser assistido em no máximo 4 horas e meia a partir do episódio.

Ao chegar ao Heat, o paciente encontra todo o suporte. O Governo do Estado investiu R$3,2 milhões para melhorias na infraestrutura e compra de equipamentos para a unidade. O local também recebeu o investimento de mais de R$2,8 milhões em oito ambulâncias para reduzir o tempo de socorro.

A excelência no atendimento às vítimas de AVC fez com que a unidade recebesse o Selo Ouro, do Prêmio WSO Angels. Dos 300 hospitais do Rio de Janeiro, das redes públicas e particular, o HEAT está entre os quatro que foram certificados.

Calor elevado pode provocar pico de pressão

Há um ano, os neurologistas Rogério Silveira e Ana Beatriz Soldati, e o intensivista João Augusto Antoniol implantaram no HEAT o protocolo de atendimento da terapia trombolítica em pacientes que chegam no setor de emergência com sintomas agudos de AVC, em tempo hábil.

Com base em indicação, o paciente recebe uma medicação capaz de desfazer o trombo para restabelecer o fluxo sanguíneo cerebral, e, consequentemente, reverter os sintomas do AVC.

Segundo João Augusto, são abertos em média dois protocolos por dia na unidade. Somente em janeiro deste ano, foram 50 atendimentos. O médico explica que é fundamental que a população conheça e identifique os sintomas, porque o tratamento precoce impacta diretamente a chance de recuperação sem sequelas.

– O AVC é uma doença cardiovascular, e o gatilho para desencadeá-la pode ser um pico de pressão, um período de estresse ocasionado por um momento de calor elevado. Por falha no reconhecimento dos sintomas do AVC, muitos pacientes chegam fora da janela terapêutica. Felizmente, graças à estrutura que estamos montando, o nosso protocolo consegue fazer o máximo possível para salvar vidas e recuperar a qualidade de vida dos pacientes – explica Antoniol.

Recuperação da qualidade de vida

O paciente Edson Pereira, de 61 anos, foi vítima de um AVC hemorrágico e deu entrada na unidade em 15 de janeiro. Os primeiros atendimentos foram realizados pelo Hospital Estadual Prefeito João Batista Caffaro, em Itaboraí. Em seguida, ele foi transferido para o HEAT devido à gravidade da situação.

– Foi um susto muito grande, pois eu estava sozinho em casa! O atendimento aqui no Alberto Torres foi muito rápido, estou sendo muito bem assistido tanto pela equipe médica, quanto pela fisioterapeuta – contou.

Os médicos também alertaram para a necessidade do controle das doenças crônicas, e de um acompanhamento por uma equipe multidisciplinar, principalmente para pessoas que já foram vítimas da doença.

O conhecimento é passado adiante: os médicos responsáveis pelo gerenciamento do protocolo promoveram em janeiro uma apresentação para a equipe médica do HEAT. O objetivo, segundo a médica Ana Beatriz Soldati, é detalhar e mostrar os resultados atingidos pela iniciativa e, assim, garantir o tratamento integrado dos pacientes.


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