Por Nelson Lopes
Não teve outro assunto em Brasília nesta semana: em meio às denúncias de fraudes no INSS, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, que é criado na política do Rio, se tornou alvo da oposição, foi para a corda bamba da política pediu demissão do cargo. A oposição aproveitou a crise no governo e conseguiu emplacar um pedido de CPI contra as fraudes no INSS menos de 48 horas após divulgadas as denúncias. Os deputados do Rio foram fundamentais para a lista com 185 assinaturas entregues à Mesa Diretora da Câmara. A bancada fluminense contribuiu com 13 assinaturas.
Se empurrar, cai!
A crise no INSS aumentou a pressão sobre Lula para demitir Lupi. O presidente tem demonstrado crescente insatisfação com a atuação de Lupi diante do escândalo, que fragilizou a imagem do governo em um momento de recuperação de popularidade. A avaliação no Palácio do Planalto é de que, passados mais de sete dias da revelação do esquema, Lupi ainda não apresentou respostas eficazes.
A irritação de Lula ficou ainda mais evidente com a nomeação, na quarta, do procurador federal Gilberto Waller Júnior como novo presidente do INSS — uma decisão articulada diretamente com os ministros da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Controladoria-Geral da União (CGU), sem a intermediação de Lupi. Waller tem perfil técnico e é considerado um “xerife” nos bastidores.
Quem assume o Republicanos do Rio, hein?!
O presidente do Republicanos, Marcos Pereira, escolherá neste mês o novo presidente do diretório fluminense do partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus. Ainda sob a presidência do principal aliado do presidente Lula na Baixada Fluminense, o ex-prefeito de Belford Roxo, Waguinho deve deixar o cargo depois de ter acumulado reveses políticos. As derrotas foram desde a tentativa frustrada de eleger o sobrinho sucessor em Belford Roxo, até ameaças de inelegibilidade e investigações.
Agora, Marcos Pereira estaria entre três nomes: o secretário estadual de Meio Ambiente, Bernardo Rossi, que é indicado pelo governador Cláudio Castro, o deputado federal Luciano Vieira, que é atualmente um dos principais líderes da bancada fluminense no Congresso e amigo do presidente da Câmara, Hugo Motta, e o pastor Luiz Carlos, que atualmente exerce mandato em Brasília como suplente e tem forte liderança na igreja. A escolha pode simbolizar um norte para 2026. Vieira já se manifestou sobre a Anistia aos condenados pelo 8 de janeiro e se mostra mais inclinado ao governismo. Bernardo Rossi representaria uma afinidade com o PL de Castro e Bolsonaro. E Luiz Carlos uma guinada às origens religiosas do partido.
A derrota semanal de Glauber…
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara negou o último recurso do deputado Glauber Braga contra o processo que pode levar à cassação do seu mandato. Foi a primeira derrota de Glauber após encerrada a sua greve de fome iniciada pelo caso e encerrada na última semana. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, já afirmou que o prazo de 60 dias para que Glauber se defenda do processo de cassação será levado em consideração, antes de levar o caso a plenário. Com isto, ele garante que o tema não será votado neste semestre.
O parlamentar afirmou que vai percorrer os 26 estados em busca de apoio popular até a votação em plenário. O processo que pode culminar na cassação de Glauber Braga agora será encaminhado ao plenário da Câmara, onde precisará de pelo menos 257 votos favoráveis para ser confirmado. Nos bastidores, há o reconhecimento de que o deputado enfrenta forte resistência entre seus pares — inclusive fora da oposição.
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