*Por Aldo Gonçalves
No dia 16 de julho celebra-se o Dia do Comerciante, fruto da Lei nº 2.048, que homenageia o nascimento do patrono do comércio brasileiro, José Maria da Silva Lisboa, o Visconde de Cairu. Intelectual complexo, economista, jurista, administrador público e senador baiano nomeado por D. Pedro I, Barão e Visconde de Cairu destacou-se na primeira metade do Século XIX pela orientação da política econômica do Império com algumas posições políticas contraditórias.
No entanto, a partir do conhecimento de A Riqueza das Nações, de Adam Smith, e de outros autores liberais, Silva Lisboa tornou-se entusiasta das ideias passando a apregoar a importância do livre comércio e seus efeitos para o benefício da economia no tocante às fases de formação, distribuição e consumo das riquezas.
Na defesa dos princípios do livre comércio, Silva Lisboa defendeu a abertura dos portos às nações amigas, bem como combateu privilégios e monopólios que existiam no comércio exterior brasileiro, defendendo a liberdade de concorrência.
Segundo pesquisadores, seus pensamentos e atos sugerem que tenha sido o primeiro economista brasileiro, o introdutor da economia política e fundador da ciência econômica brasileira.
A comemoração do dia do Comerciante em 16 de julho é o reconhecimento oficial da importância do esforço hercúleo do empresário do comércio no desenvolvimento da economia nacional ao levar a produção de bens da agropecuária e indústria até o consumidor final.
Através desse trabalho árduo e incessante, a movimentação do trabalho do comerciante destina-se a atender aos interesses dos consumidores, levando-os bem-estar.
Para este fim o empresário emprega recursos produtivos, utiliza intensivamente o fator mão de obra, gera renda e paga impostos, numa dedicação diária para criar satisfação às famílias nos mais diversos e longínquos recantos.
A atividade comercial fortalece a economia; sua expansão constitui causa e efeito do crescimento; podendo ser reconhecida como força motriz para a geração de novos negócios, aumento do emprego e da renda, refletindo como corolário a melhor qualidade de vida e a riqueza da população.
A participação do comércio no PIB brasileiro oscila em 7,0%, algo perto de R$ 820 bilhões /ano de criação de riquezas. Do estoque acima de 48 milhões de trabalhadores com carteira assinada, responde por 10,4 milhões, cerca de 20% aproximadamente. Consequentemente, de cada dez empregados, dois estão nas inúmeras atividades comerciais, cujas empresas do varejo somam mais de 2,2 milhões de unidades produtivas.
Isso significa enorme contingente de empresários, trabalhadores e suas famílias dependem da evolução do setor, cujo sucesso, por outro lado, é função do nível de demanda das empresas e do consumo das famílias com o produto gerado pelos setores primário e secundário.
A data comemorativa do Comerciante em 2025 serve para renovar a defesa dos mesmos princípios apregoados à época do Visconde de Cairu, indicando a atemporalidade das suas ideias e ideais.
Também, destina-se para o posicionamento contra o nível da carga tributária, o patamar de juros, a burocracia e toda forma de emolumento e barreira que atrapalha a fluidez do desempenho empresarial na busca pelo rendimento do seu negócio.
Com isso, o setor deve apoiar medidas que venham modernizar a economia, como a reforma administrativa e o ajuste fiscal através da diminuição de gastos, de sorte que a estabilidade torne-se perene e que os rumos da economia brasileira deem-se sobre bases sustentáveis.

Aldo Gonçalves é presidente do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro – CDLRio e Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro – SindilojasRio.
Quer receber esta e outras notícias diretamente no seu Whatsapp? Entre no nosso canal. Clique aqui.