Baixada Fluminense
Mês da Conscicência Negra

Quilombos de Magé entram em rota de visitação

Iniciativa integra o Projeto Afroturístico – Rotas Quilombolas de Magé e valoriza a cultura, a memória e o protagonismo das comunidades quilombolas da cidade.

Compartilhe:
31 de outubro de 2025
Sara Oliveira
Quilombos de Magé entram em rota de visitação
Rota une turismo de base comunitária, gastronomia ancestral e resistência cultural. (Foto: Divulgação)

Os três quilombos existentes em Magé, na Baixada Fluminense, passam a integrar oficialmente uma rota de visitação aberta ao público a partir do dia 1º de novembro, data simbólica que marca o início do Mês da Consciência Negra. O circuito reúne os quilombos do Feital, Maria Conga e Bongaba, oferecendo uma imersão cultural que combina gastronomia tradicional, arte, história oral, turismo de memória e protagonismo feminino.

O roteiro inclui café ancestral, almoço quilombola, apresentações culturais, rodas de conversa e vivências comunitárias, encerrando com a celebração do Jongo do Quilombo Kilomba, símbolo da resistência e da alegria quilombola.

A ação faz parte do Projeto Afroturístico – Rotas Quilombolas de Magé, proposto pela ACQUILERJ e coordenado pela professora Bia Nunes, com o objetivo de valorizar os quilombos fluminenses e fomentar o turismo de base comunitária, gerando renda e visibilidade para as comunidades tradicionais.

“A dificuldade da população quilombola ainda é muito grande. A nossa defesa do território e da cultura acontece em meio a muita luta. O 1º Roteiro Quilombola é o pontapé inicial de uma rota estadual que se inicia em Magé e servirá para conhecermos nossas origens e continuarmos a luta por sua valorização”, destaca Bia Nunes.

Ameaçados por conflitos socioambientais, urbanização desordenada e apagamento histórico, os três quilombos representam três séculos de resistência cultural às margens da Baía de Guanabara.

O Quilombo do Feital mantém forte vínculo com os manguezais, onde muitos moradores trabalham com cata de caranguejos, despesca de curral e artesanato de taboa. O Quilombo Maria Conga, mais urbano, carrega o legado da liderança quilombola Maria Conga, que fundou o espaço e lutou contra a escravidão no século XVIII. Já o Quilombo de Bongaba tem como referência a religiosidade do candomblé e luta pela criação de uma escola quilombola para preservar saberes ancestrais.

Quem foi Maria Conga

Figura central na história de Magé, Maria Conga liderou movimentos de resistência à escravidão no século XVIII, quando pessoas escravizadas chegavam ao Porto da Piedade. Ela fundou dois quilombos no município – o que leva seu nome, próximo ao Centro, e o Quilombo do Feital. Ambos são marcos da luta pela liberdade e fazem parte da nova rota afroturística.

Serviço da rota de visitação dos quilombos

Data: A partir de 1º de novembro de 2025
Quilombos Feital | Maria Conga | Bongaba – Magé/RJ
Início: 9h
Ingresso: R$ 100 (inclui café da manhã e almoço)

/* */