A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, apresentou na última quinta-feira (5), na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o Plano de Negócios 2026-2030. A estatal prevê investir US$109 bilhões no período, mantendo alinhamento com as diretrizes do Plano Estratégico 2050. O encontro reuniu empresários fluminenses e abriu espaço para discussões sobre o futuro da cadeia produtiva de óleo, gás e energia.
Na abertura, o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, destacou a importância da Petrobras para o desenvolvimento econômico do Rio de Janeiro. Para ele, o novo plano terá impacto direto nas decisões de fornecedores, investidores e lideranças industriais. “Todo mundo sempre quer ouvir o que a Petrobras tem a nos dizer. É a maior empresa brasileira, a maior do Rio de Janeiro, nossa maior associada, maior cliente e parceira”, afirmou.
Caetano também alertou para o cenário internacional, que aponta para preços do petróleo mais pressionados, ampliando os desafios da estatal e da cadeia produtiva. Ele ressaltou ainda o protagonismo da Petrobras na condução de uma transição energética justa.
Magda Chambriard apresentou os principais pilares da estratégia para 2026-2030. Segundo ela, trata-se de um dos programas de investimento mais expressivos da história da Petrobras, com potencial para gerar 311 mil empregos diretos e indiretos até 2030 e arrecadar R$1,4 trilhão em tributos. Cerca de 70% dos recursos serão destinados à exploração e produção de petróleo e gás.
Petrobras segue atuando como empresa integrada
A presidente afirmou que a Petrobras continuará atuando como empresa integrada, ampliando a produção ao mesmo tempo em que avança em projetos de descarbonização e inovação industrial. Ela reforçou que a companhia precisa acompanhar o ritmo de crescimento projetado para o país nas próximas décadas. Apesar de o novo plano prever US$ 109 bilhões, valor ligeiramente inferior ao do ano passado (US$111 bilhões), Magda classificou o patamar como estável e estratégico.
Entre os destaques, está a expansão do parque de refino e o avanço do Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí, previsto para alcançar investimento de R$31 bilhões. Segundo Magda, o empreendimento representa “um resgate da indústria do Rio de Janeiro” e deve impulsionar o desenvolvimento regional.
Ela também destacou o papel decisivo dos fornecedores para o sucesso dos projetos, reforçando a necessidade de entregas eficientes e alinhadas às exigências da estatal.
Luiz Césio Caetano ressaltou o peso econômico da Bacia de Campos e reconheceu a capacidade de inovação da Petrobras, especialmente no pré-sal. Ele também destacou a expansão para novas fronteiras exploratórias, como a Margem Equatorial, e a conexão direta da estatal com a indústria naval, fortalecida pela ampliação da frota de cabotagem e embarcações de apoio offshore.
O presidente da Firjan lembrou a diversificação da Petrobras em segmentos como refino, biorrefino, petroquímica, fertilizantes e projetos de baixo carbono, como iniciativas de captura de CO₂ no estado do Rio. Ele agradeceu as parcerias desenvolvidas com a Firjan SENAI SESI, voltadas para educação e inclusão social.
O diretor-executivo da Firjan SENAI SESI, Alexandre dos Reis, reforçou a importância da resiliência da indústria nacional diante da volatilidade do mercado de petróleo e gás. Ele destacou o Programa Autonomia e Renda, realizado em parceria com a Petrobras, que em 2025 abrirá mais de 300 turmas e capacitará cerca de 7 mil pessoas. Até 2027, a iniciativa deve totalizar 602 turmas e 12.670 profissionais formados em sete estados.
“Estamos levando formação profissional de qualidade a milhares de pessoas em diversas regiões do país”, afirmou Reis, ao destacar o impacto social e econômico da parceria.
A apresentação do Plano de Negócios 2026-2030 reafirmou o papel estratégico da Petrobras para o desenvolvimento do Rio de Janeiro e reforçou o alinhamento entre a estatal, a indústria e a qualificação de mão de obra para os próximos anos.
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