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História

Documentário retrata a trajetória histórica e cultural de Araruama

Produção do jornalista Luigi do Valle revisita da ocupação indígena ao atual cenário turístico do município.

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17 de dezembro de 2025
Sara Oliveira
Documentário retrata a trajetória histórica e cultural de Araruama
História de Araruama ganha documentário com exibição pública na Casa de Cultura. (Foto: Divulgação)

A história de Araruama, município localizado na Região dos Lagos, desde a ocupação dos povos Tupinambás até os desafios contemporâneos ligados ao turismo e à economia, é o tema do documentário “Araruama: Memórias de uma Cidade em Transformação”, dirigido pelo jornalista Luigi do Valle. A pré-estreia aconteceu na última terça-feira (16), na Casa de Cultura de Araruama. A estreia oficial será no próximo sábado (20), no canal do jornalista no YouTube.

Contemplada pela Política Nacional Aldir Blanc, a produção tem como objetivo resgatar e valorizar a memória e a identidade cultural do município, reunindo relatos de historiadores e lideranças locais para apresentar os principais marcos históricos, sociais e econômicos que moldaram a cidade.

Documentário percorre do ciclo do sal ao turismo como vocação econômica

O documentário inicia sua narrativa antes da colonização europeia, destacando os povos Tupinambás, que chamavam a região de “Iriruama”, expressão que significa “lugar de muitas conchas”, em referência à abundância da lagoa. A obra aborda os impactos da chegada dos europeus no século XVI, marcada por conflitos, alianças forçadas e pelo extermínio indígena causado por doenças e guerras, além do surgimento das comunidades quilombolas de Sobara e Prodígio, que permanecem como símbolos de resistência cultural.

A produção percorre ainda o ciclo do sal, que transformou Araruama em um dos principais polos salineiros do país, atividade que marcou profundamente a economia local e está representada no brasão municipal. O filme relembra também a importância da expansão ferroviária no início do século 20, período em que a cidade contou com duas estações de trem, no centro e no bairro Ponte dos Leites.

Com o declínio das salinas e da Estrada de Ferro, a partir da década de 1970, Araruama passou por uma reconfiguração econômica. A construção da Ponte Rio-Niterói e da Rodovia Amaral Peixoto impulsionou o crescimento imobiliário e consolidou o município como destino turístico, com destaque para áreas como a Praia do Barbudo e o complexo Gigi.

A Lagoa de Araruama aparece como elemento central da narrativa, associada tanto à prática de esportes náuticos — que renderam à cidade o título de capital do kitesurf — quanto aos desafios ambientais e econômicos atuais. O documentário também aborda a dependência dos royalties do petróleo e a necessidade de diversificação econômica, com o turismo apontado como alternativa para um futuro sustentável.

Mais do que um registro histórico, a obra se propõe a fortalecer a identidade local, especialmente entre as novas gerações. Para isso, utiliza recursos de Inteligência Artificial, como ilustrações animadas e a restauração de fotografias antigas transformadas em vídeo. A pré-estreia aberta ao público, na Casa de Cultura, simboliza o compromisso de devolver essa história à comunidade antes de sua difusão em escala digital.


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