O ano era 1955. De uma viagem à feira da National Retail Federation, em Nova Iorque, grande evento de varejo dos Estados Unidos, surgiria o embrião do Clube dos Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio), uma das entidades mais importantes do setor do comércio brasileiro.
Fundado em 7 de novembro de 1955, tendo como principal objetivo a formação do Serviço de Proteção ao Crédito e o apoio e fortalecimento do Comércio e do Estado do Rio de Janeiro, o CDLRio desenhou uma história de de pioneirismo e determinação dos empresários lojistas e se constitui num dos exemplos bem–sucedidos entre as entidades de comércio do Brasil.
Em 2022 a entidade faz 67 anos e seu presidente, Aldo Gonçalves, que também dirige o Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro (SindilojasRIO), olha para trás para contar como foi plantada a semente do CDLRio. Ele narra que dirigentes do SindilojasRIO foram ao evento nos Estados Unidos e viram de perto o funcionamento de um cadastro de negativados, de pessoas inadimplentes.
“Eles voltaram para o Rio de Janeiro e tentaram fazer um sistema com cadastro de negativos dentro do Sindilojas. Mas naquela época, em 1955, os sindicatos tinham atividades muito restritas. Eles, então, procuraram a Associação Comercial do Rio de janeiro, que não manifestou interesse. Foi, então, criado o Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro. O CDLRio foi criado em função do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Foi o primeiro SPC do Brasil. Isso contribuiu muito para o desenvolvimento de crédito no Brasil. Tendo um serviço de proteção ao crédito desenvolveu a atividade”.
Antes da criação do SPC, para avaliar a concessão de crédito ao consumidor os lojistas tinham que percorrer um longo caminho, através de informantes profissionais, pessoas físicas, que colhiam informações comerciais sobre o candidato ao crédito em outros estabelecimentos, como açougue, armazém, padaria e vizinhos, nas cercanias da residência do cliente. A operação toda era demorada e levava cerca de 20 dias até a aprovação. Hoje leva segundos.
O CDLRio é uma das mais representativas entidades do varejo brasileiro e dispõe de um vasto portfólio de serviços inteligentes e produtos inovadores para dar maior segurança na análise de crédito e gestão de negócios em todas as suas etapas. Seus clientes contam com acesso ao maior e melhor banco de dados sobre informações comerciais do País. Além disso realiza importantes pesquisas junto ao empresariado.
“O CDLRio nunca se afastou do legado deixado pelos seus criadores, que é o de se transformar em uma grande tribuna na defesa de todas as causas em favor do comércio, do varejo e dos lojistas”
Aldo Gonçalves, presidente do CDLRio
CDLRio foca na modernização
Segundo Aldo Gonçalves, o CDLRio persegue o caminho da modernização, atualização técnica, operacional e da responsabilidade social, pois sabe que a sobrevivência e a evolução do comércio varejista depende de um contínuo aprimoramento.
“O CDLRio nunca se afastou do legado deixado pelos seus criadores, que é o de se transformar em uma grande tribuna na defesa de todas as causas em favor do comércio, do varejo e dos lojistas. É por isso que continua sendo uma das entidades mais bem-sucedidas do setor no Brasil. E quer continuar assim”, conclui Aldo.
Desde 2010, o CDLRio participa do grupo de acionistas controladores da Boa Vista Serviços, bureau de crédito e administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). Atualmente, o Clube de Diretores Lojistas atua em rede nacional, com mais de 2,2 mil entidades representativas do varejo em todas as regiões do Brasil. A riqueza de informações do seu banco de dados nos permite oferecer soluções inteligentes para auxiliar o processo de tomada de decisões de negócios de seus cerca de 1,2 milhão de clientes diretos e indiretos em todos os segmentos da economia.
Ao olhar para frente e projetar a atuação do CDLRio daqui a três anos, quando serão comemorados os 70 anos da entidade, Aldo Gonçalves ressalta que espera que o ambiente de negócios no país e no estado do Rio esteja favorável a atuação do comércio.
“Daqui a três anos a gente espera que o país esteja em um bom ritmo de crescimento, a parte da macroeconomia. Vamos ver com com o novo governo. Mas não temos bola de cristal para saber como vai ser. Certamente, o CDLRio está pronto para contribuir tanto em relação ao governo estadual tanto como o governo municipal e federal estamos dispostos a dar nossa contribuição e defender os legítimos interesses da nossa categoria do comércio lojista”.
Aldo lembra, no entanto, que é preciso trabalhar para corrigir problemas crônicos da cidade e no estado do Rio de Janeiro. Ele ressalta que são dez mil lojas fechadas na capital fluminense, muitas delas prejudicadas pela desordem urbana e violência, e chama atenção para a falta de investimentos em cidades do interior do estado, fora do Grande Rio.
“Temos que ter política pública e maiores investimentos para gerar emprego. Para o desenvolvimento do comércio é preciso ter emprego para que haja consumo. O emprego é fundamental para o comércio e economia. Para isso é preciso política pública. Desenvolver indústrias de bem de consumo, que infelizmente o Rio perdeu nesses últimos anos. Desenvolver Indústria mecânica e de petróleo. O Turismo é eficiente, mas é prejudicado pela desordem urbana e violência. Ou seja, temos que nos preocoupar com gerar emprego e desenvolver comércio e economia.”