Quase 200 objetos históricos ligados à cultura negra estarão em destaque na exposição “Achados do Valongo”, inaugurada nesta quarta-feira (30), no Museu da História e Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), que fica na Gamboa, na Zona Portuária da capital fluminense.
Ao todo a exposição Achados do Valongo mostra 180 peças arqueológicas como cachimbos de barro, búzios, peças em vidro e cerâmica, figas de osso e madeira: objetos ligados à cultura e a espiritualidade de nações africanas e de seus descendentes no Brasil.
O acervo foi descoberto durante as obras do Porto Maravilha, na região próxima ao Cais do Valongo, na zona portuária, por onde passaram mais de 700 mil africanos escravizados. A exposição, que marca ainda um ano da inauguração do Muhcab, é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura e do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, em parceria com pesquisadores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e do Museu Nacional.
Achados do Valongo em cartaz por um ano
Gratuita, a exposição ficará em cartaz por pelo menos um ano no Muhcab, que funciona no Centro Cultural José Bonifácio. Criado por ocasião das obras do Porto Maravilha, o LAAU soma cerca de 1,2 milhão de peças localizadas durante as intervenções na Zona Portuária.
Um lote de 262 mil itens é relativo às escavações do Cais do Valongo. As demais são dos sítios Sacadura Cabral, Morro da Conceição e Trapiche da Ordem, entre outros. As peças expostas agora são do lote do Cais do Valongo.
Inaugurado em 2021, o Museu da História e Cultura Afro-Brasileira ocupa um edifício centenário no Cais do Valongo, no bairro da Gamboa. O rico acervo permanente do museu mistura o presente e o passado e conta com cerca de 2.500 itens.
São obras de arte, painéis, mapas, documentos que contam a história da região conhecida como Pequena África, que testemunhou o maior desembarque de africanos arrancados à força de seus países e vendidos como mercadoria escrava mundo afora.