Opinião

Adolescência, era digital e sedentarismo

*Por Marcello Barbosa

O sedentarismo é considerado um sério problema de saúde pública e um dos principais fatores de risco de morte no mundo. No Brasil, aproximadamente 40% da população geral é sedentária. Cerca de 3,2 milhões de pessoas morrem a cada ano em decorrência de doenças oriundas da inatividade física, como obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipo II, depressão e alguns tipos de câncer (OMS, 2018).

Entre adolescentes e jovens, além do grande risco de desenvolverem essas doenças, tal situação é responsável ainda por ocasionar baixa autoestima, problemas relacionados ao comportamento social, afastamento da família, além de desempenho acadêmico insuficiente.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), quatro em cada cinco adolescentes são sedentários. Segundo o  primeiro estudo global sobre o tema, em 2016, quando foram coletadas informações de 1,6 milhão de estudantes em 146 países, 81% dos adolescentes entre 11 e 17 anos de idade não cumpriam as recomendações de pelo menos uma hora de atividade física por dia.

Atualmente, com o crescente consumo de tecnologias e mídias digitais, principalmente por crianças e jovens que passam, em média, 5 horas diárias ou mais expostas às telas, os riscos à saúde tendem a aumentar, pois o tempo livre e a motivação para a prática de uma atividade física são ainda menores e, quando acontecem, de baixa qualidade.

Diversas ações, programas e intervenções são necessárias para se combater esse comportamento sedentário e suas nocivas consequências de curto, médio e longo prazo. Inicialmente, em casa, os pais lideram pelo exemplo: pais mais ativos tem filhos mais ativos. Bons hábitos devem ser encorajados e cobrados desde a infância. As escolas precisam dedicar tempo suficiente e espaço adequado à Educação Física, além de transmitir e ensinar sobre os riscos do sedentarismo e da exposição descontrolada às telas.

Às autoridades, Governos e instituições públicas, a OMS recomenda mais investimentos em planejamento urbano e na segurança, para que os adolescentes possam se exercitar ao ar livre; campanhas de conscientização dos múltiplos benefícios da atividade física para saúde; ampliar o acesso a espaços públicos de lazer e de centros esportivos; oferecer programas de atividade física gratuitos, principalmente para a população de baixa renda; promover políticas públicas para reforçar o esporte e a atividade física e combater o comportamento sedentário.


*Marcello Barbosa, Subsecretário de Esportes RJ, é Professor de Educação Física e Mestre em Projetos Sociais e Intervenção Socioeducativa.

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