Produtores de café no Estado do Rio de Janeiro registraram aumento de 127% no faturamento com o produto este ano. Segundo o Governo do Estado do Rio, este é um dos segmentos no ramo de alimentos que mais se desenvolve no Rio de Janeiro. A produção cafeeira foi responsável por mais de 18 mil toneladas de grãos ensacados, o que representa um aumento de 36% na comparação com 2021, quando o estado registrou 13 mil toneladas.
O governador do estado do Rio de Janeiro, Claudio Castro, ressalta a importância do setor na geração de emprego e renda e na movimentação da economia, especialmente no interior. “É para esse produtor que estamos olhando, criando linhas especiais de crédito, melhorando as estradas para escoar a produção, tirando do papel projetos de infraestrutura que permitam que o setor cresça e ajude o estado a continuar avançando”, afirma.
O estado do Rio de Janeiro tem uma das menores áreas de produção cafeeira do país, com 10,5 mil hectares, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Apesar disso, os índices de produtividade colocam o estado entre os maiores produtores de café no Brasil.
Segundo Gustavo Polido, gerente regional de café da Emater-Rio, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado, outro fator particular da produção fluminense é a bienalidade, o que alterna os anos com alta produção e baixa na colheita.
“Considerando a bienalidade do café, em que um ano ele floresce mais e no outro a produção decresce, neste ano tivemos alta produtividade em diversos pontos se compararmos com 2021. Até o momento, são poucos os produtores que restam para acabar a colheita da safra; então está praticamente fechado”, completa.
Ainda segundo o Governo, no Rio, o café é a segunda cultura no estado com maior número de produtores e está mais concentrada na região Noroeste, com 80% da produção cafeeira. Em seguida, estão as regiões Serrana, com 18%; o Vale do Café, no Sul, com 1%; e as regiões Centro e Norte, também com 1%.
Prêmio para a produção cafeeira
Proprietária do Sítio Vai e Volta em Varre-Sai, no Noroeste Fluminense, quase na divisa com Espírito Santo, a família Rodolphi é uma das produtoras de cafés especiais que contribui para o crescimento do setor de produção cafeeira no estado. Em 2020, o sítio aprimorou o cultivo e conseguiu garantir mais qualidade para a safra e prêmio em concurso.
“A colheita em 2020 foi farta e os resultados foram maravilhosos, alcançamos nosso primeiro lote de café com 87,5 pontos na tabela SCA (que classifica os cafés especiais) e também os dois primeiros lugares no Concurso de Cafés Especiais do Estado do Rio de Janeiro, além do terceiro lugar no mesmo prêmio”, conta Alyne Chryslla de Almeida Rodolphi.
O café foi um dos sete itens incluídos na cesta de alimentos da agricultura familiar para a merenda das escolas municipais e estaduais. A ação é fruto de alguns projetos, entre eles o Programa Especial de Fomento Agropecuário e Tecnológico (Agrofundo), o programa de crédito rural, o Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa Alimenta Brasil (PAB). A ideia é facilitar o acesso a mercados institucionais, promovendo segurança alimentar e nutricional às comunidades rurais.
De acordo com dados do Governo do Estado, somente este ano, as famílias integrantes da produção cafeeira já foram beneficiadas com mais de R$ 2,2 milhões nas chamadas públicas para a compra das cestas. Além disso, é preciso seguir promovendo eventos e ações para coletar e compartilhar boas práticas de manejo agroecológico dos cafés especiais e gourmet.
