*Marcos Espínola
Mais um ano se encerra e no que diz respeito a segurança pública, a certeza é de que há muito o que fazer. No geral, os números não mentem e os episódios de violência se sucederam ao longo do ano. Assaltos, roubos, latrocínios, feminicídio, estupros e tiroteios viraram rotina, avançando, inclusive, na região metropolitana e no interior. Estado e governo federal preciso unir forças para vencer essa guerra.
Segundo o governo do Rio, em 2023 foram realizadas centenas de prisões, retirando das ruas um número expressivo de criminosos. Foram recuperados 40 veículos roubados e apreendidas toneladas de drogas. É o que se espera das autoridades, ou seja, ações mais efetivas, presença policial e integração com o governo federal. Não possível perder mais espaço para um poder paralelo cada vez mais bem equipado. A decisão por parte do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, de maior participação da polícia federal no combate à violência no Rio é acertada e precisa ser ampliada.
É notório que vivemos um clima de violência na cidade, com crimes nunca imagináveis, como a execução dos médicos na orla da Barra da Tijuca, área nobre do Rio. Na véspera do Natal outro médico e seus familiares foram atingidos por tiros na Av. Brasil. O arrastão em Copacabana protagonizou cenas de horror com um idoso sendo nocauteado. Até uma jornalista em reportagem, ao vivo, foi alvo de uma tentativa de roubo do seu celular, demonstrando tamanha ousadia, sobretudo dos infratores menores de idade.
A polícia atua como pode. Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), em 11 meses, o número de fuzis tirados das mãos de criminosos subiu 26%. No mesmo período, quase 6 mil armas de fogo foram retiradas de circulação no estado do Rio e o registro de apreensões de drogas aumentou 10%.
Vivemos uma guerra e não podemos desistir. Recentemente o Secretário Estadual de Segurança Pública reconheceu que há defasagem nos quadros das polícias Civil e Militar, afirmando que o estado, atualmente, precisa de mais 20 mil PMs e 5 mil policiais civis, além de recursos materiais.
Sabemos a causa e os efeitos da violência. Precisamos agir firmes, em conjunto com o governo federal, com investimento e ações de inteligência para que, a partir deste novo ano prestes a se iniciar, possamos caminhar de forma mais assertiva para a retomada da ordem e de dias de paz para o Rio. Que venha 2024!
Marcos Espínola é advogado criminalista e especialista em segurança pública