A Prefeitura de Barra Mansa, no Sul Fluminense, procura conscientizar a população a respeito da Hanseníase. A doença, infecciosa e contagiosa, provoca lesões principalmente na pele. Popularmente conhecida como lepra, ela provoca estigma em muitos pacientes, o que reforça a necessidade de conscientização.
Por isso, profissionais do Programa Municipal de Hanseníase e as equipes de saúde do município, realizaram na terça-feira (31) uma roda de conversa com usuários do sistema de saúde pública. A iniciativa contou com orientações sobre o diagnóstico e tratamento da doença.
Hanseníase em Barra Mansa
Segundo a fisioterapeuta do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e do Programa Municipal de Combate à Hanseníase de Barra Mansa, Thaisa Roxo, o Brasil ainda registra alguns casos da doença. Em Barra Mansa, atualmente cinco pacientes estão em tratamento, sendo uma mulher e quatro homens.
Para a psicóloga do NASF, Juliana Soares, a Hanseníase até pouco tempo era popularmente conhecida como lepra, e, por conta disso, envolvia grande preconceito.
“A evolução (da doença) depende de características do sistema imunológico da pessoa infectada e apresenta múltiplas manifestações clínicas, exteriorizadas, principalmente, por lesões dos nervos periféricos e cutâneas com alteração de sensibilidade”, detalhou.
A hanseníase é transmitida por meio de gotículas expelidas pelo nariz, ou através da saliva do paciente. Afeta primordialmente a pele, mas pode atingir também os olhos, os nervos periféricos e, eventualmente, outros órgãos.
A doença pode ficar silenciosa no organismo do paciente por até 10 anos. Se diagnosticada tardiamente ou o tratamento for inadequado, pode causar incapacidades físicas. Segundo o município, a vacina BCG tem importante aplicação para o controle da Hanseníase e também da tuberculose.
Sintomas
A Prefeitura explica que os principais sintomas da doença são manchas avermelhadas ou esbranquiçadas na pele, com redução da sensibilidade e dormência no local, além de fraqueza muscular nas mãos, principalmente no dedo mínimo.
Diagnóstico e tratamento
O tratamento da doença é feito por meio de medicamentos e pode durar até seis meses. O diagnóstico deve ser feito por um médico. Ao suspeitar da doença, o paciente deve procurar uma unidade de saúde próxima, onde será submetido a uma consulta com o clínico geral.
Farmacêutico do Programa Municipal de Combate à Hanseníase, Vinícius Bicalho da Silva explica que, no caso do diagnóstico positivo, o paciente receberá atendimento de uma equipe multiprofissional.
“O dermatologista fará uma avaliação clínica, com aplicação de testes de sensibilidade, palpação de nervos e avaliação da força motora. Se o especialista desconfiar de alguma mancha ou caroço no corpo do paciente, poderá fazer uma biópsia da área ou pedir um exame laboratorial para medir a quantidade de bacilos”, explicou.