Com o enredo “Laíla de todos os santos, Laíla de todos os sambas”, a Beija-Flor de Nilópolis foi um dos destaques do segundo dia de desfiles no Sambódromo da capital fluminense. O Carnaval 2025 também marcou a despedida do ilustre intérprete, Neguinho da Beija-Flor, após mais de 50 anos.
Outro destaque da noite foi a Acadêmicos do Salgueiro, escolhida como segunda finalista do Estandarte de Ouro, ao propor uma narrativa sobre rituais de proteção ao longo da história, com destaque para referências africanas, práticas indígenas e elementos da cultura popular carioca.
Samba de Anitta no Sambódromo
A Unidos da Tijuca iniciou o segundo dia com mistura de religião e preservação ambiental, ao defender que cultuar orixá é cultuar a natureza. A escola do Morro do Borel desfilou trouxe o orixá Logun Edé como enredo.
O envolvimento direto da escola ficou nítido em uma das alegorias, que foi ornamentada por mais de 350 mudas de plantas diversas, cultivadas no barracão da própria escola. A Azul e Amarelo garantiu o replantio após o desfile.
Neste ano, o samba-enredo tem Anitta como uma das suas compositoras, mas a cantora não desfilou. Quem também não estava presente foi a cantora Lexa, que anunciou o afastamento do posto após a morte da filha prematura. Ela não foi substituída pela escola.
A agremiação teve problemas durante o desfile como buracos entre alas e com alegorias, sendo que uma chegou a ficar apagada por um bom tempo.
No segundo dia, Beija-Flor também homenageou Joãozinho Trinta
Desde 2018 sem ser campeã, a Beija-Flor de Nilópolis levantou a Sapucaí com uma homenagem a uma das principais personalidades de sua história: Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, o Laíla.
O carnavalesco e diretor de Carnaval faleceu em 2021, vítima de complicações da Covid-19. O desfile lembrou a religiosidade de Laíla, marcada pelo sincretismo.
A grandiosidade das alegorias e fantasias muito bem acabadas também fez menção aos desfiles marcantes com assinatura de Laíla, além dos trabalhos em dupla com o também carnavalesco Joãozinho Trinta, como “Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia”, enredo de 1989.
Um dos pontos altos foi uma paradona da bateria com duração de mais de 40 segundos. As arquibancadas e frisas explodiram no refrão “Chama João para matar a saudade. Vem comandar sua comunidade.”
Salgueiro seguiu com temática religiosa
A terceira agremiação a desfilar foi a Acadêmicos do Salgueiro. Uma coincidência com a Beija-Flor é que o elemento alegórico das duas comissões de frente foram um terreiro de macumba.
O enredo “Salgueiro de corpo fechado” trouxe a religiosidade do brasileiro, citando por exemplo o cangaço. A última alegoria trouxe a malandragem da Lapa, no centro da capital fluminense.
Os 3.300 componentes da Academia do Samba cantavam com orgulho e resistência: “Macumbeiro, mandingueiro, batizado no gongá”, um dos pontos mais fortes do samba-enredo que tem entre seus autores o salgueirense Xande de Pilares, que, no esquenta da escola, cantou à capela alguns de seus sucessos.
Assombrações encerraram segundo dia
Última agremiação da noite, a Vila Isabel trouxe fantasmas e medo para a avenida com o enredo “Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece!”.
Como de costume, o carnavalesco Paulo Barros trouxe muita tecnologia, mas uma das ferramentas trouxe problemas logo no início: um drone “fantasiado” de abóbora, usado na comissão de frente, desabou.
A proposta foi trazer um parque de diversões para a Sapucaí com seis alegorias e 2.800 componentes. O abre alas era um grandioso trem fantasma, que trazia o presidente de honra Martinho da Vila. Na alegoria, foram gastos cerca de 12 mil metros de pano branco para cobrir 120 componentes vestidos de fantasmas.
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