Por Nelson Lopes
O PL, partido de Jair Bolsonaro, pode abrir mão da indicação do vice ao governo do Rio, na chapa que será encabeçada por Rodrigo Bacellar, em nome de ter os dois candidatos ao Senado no ano que vem. O posto poderia caber a partidos de centro-direita que apoiem o governador Cláudio Castro e Flávio Bolsonaro, como o MDB ou o Republicanos. Embora o desejo inicial fosse indicar o vice, há o entendimento interno de que é preciso compor.
Ao ceder o vice, a legenda do bolsonarismo conseguiria frear iniciativas como a de Washington Reis, que se arvora para ser candidato. Bolsonaro não se mostra contrário à possibilidade de composição, já que declara ter como prioridade candidaturas ao Congresso, onde deve criar uma grande frente de oposição, caso o espectro da centro-direita não saia vitorioso. De qualquer forma, ele pretende criar uma frente de embates com ministros do Supremo Tribunal Federal, em Brasília.
Planos ambiciosos no Congresso…
Os planos do PL não são nada modestos. Dono de uma bancada atual de oito deputados federais, o partido trabalha para eleger até 16 em 2026. Sim, a meta é dobrar de tamanho na Câmara e manter os três senadores do Rio. Para isto, o partido conta com um trunfo que nunca teve para as eleições à Câmara: o vereador mais votado da história do Rio, Carlos Bolsonaro, será o grande puxador de votos da legenda no ano que vem. O filho 02 de Bolsonaro vai ser candidato a deputado federal depois de emendar votações recorde à Câmara municipal.
Além de ter Carlos como puxador, o partido da família Bolsonaro terá palanques nas maiores cidades do estado e uma coligação de centro-direita poderosa, com palanques espalhados pelos maiores municípios.
Rueda in Rio?
O Rio pode ganhar a força de um presidente de um partido gigante em sua bancada de deputados federais. Presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, já não esconde a vontade de ser candidato à Câmara dos Deputados pelo Rio. Em entrevista ao Jornal O Globo, Rueda deixou escapar que tem “afinidade” com o estado e que pretende se lançar às urnas, caso o seu nome “ganhe tração”. A ideia de tê-lo no páreo tem como entusiasta o prefeito de Belford Roxo, Márcio Canella, com grande popularidade na Baixada Fluminense. Aliado a isso, Rueda apoiará o governador Cláudio Castro ao Senado, recebendo dele pedidos de votos.
Desta forma, Rueda estaria apoiado na Baixada e no interior, onde Castro tem força já demonstrada nas eleições de 2022 e por onde deve peregrinar no sonho da candidatura. Este é um dos motivos pelos quais o União Brasil se mantém firme na posição de apoiar Castro ao Senado, e não à Câmara dos Deputados. O União, neste momento, possui o candidato ao governo, Rodrigo Bacellar, e pretende caminhar com apoio à família Bolsonaro no Rio. Carlos Bolsonaro, filho 02 do ex-presidente, seria o grande adversário de Rueda nesta chapa.
Pernambucano de nascença, Rueda já entrou com os trâmites para transferir seu título para o Rio de Janeiro, dizem aliados do diretório fluminense. Caso se eleja, a bancada do Rio ganhará força, já que trata-se do presidente de um dos partidos que compõem a federação União-Progressistas, vista atualmente como a principal força no Congresso Nacional.
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