Investigações simultâneas marcam novo capítulo na crise política de Itaguaí. (Foto: Câmara Municipal de Itaguaí)
Na manhã da última quinta-feira (3), a Câmara Municipal de Itaguaí instaurou duas frentes de investigação que podem redefinir o cenário político da cidade. Com um discurso contundente do presidente da Casa, vereador Haroldo Jesus (PDT), conhecido como Haroldinho, foram instauradas uma Comissão Especial Processante (CEP) e aprovada a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), ambas voltadas à apuração de denúncias de irregularidades em contratos milionários firmados pela Prefeitura.
A CEP foi aberta com base em denúncia da moradora Sueli Pereira da Costa, que aponta pagamentos sem execução de obras em contrato firmado com a empresa L.A. Brasil Locações de Máquinas Ltda. A CPI, por sua vez, parte de denúncia do próprio presidente da Câmara e mira a contratação emergencial de uma organização social para gerir a UPA do município, em um processo suspeito de direcionamento.
A Comissão Especial Processante 001/2025 foi instaurada após aprovação da admissibilidade da denúncia por maioria simples. O foco é o processo licitatório nº 6.973/2021, que gerou um contrato inicial de seis meses para serviços de limpeza e desassoreamento, com valores que ultrapassam R$70 milhões após dez aditivos.
“Consta na denúncia que, de um aditivo de R$7 milhões, apenas R$1 milhão teria sido efetivamente executado. Isso se repete em todos os aditivos. Estamos falando de um rombo de R$ 60 milhões. É uma calamidade”, afirmou Haroldo Jesus da tribuna.
Os vereadores Fabinho Taciano (PP), Adilson Pimpo (PP) e Nando Rodrigues (PDT) foram sorteados para compor a CEP. As funções de presidente, relator e membro ainda serão definidas.
Caso a denúncia seja confirmada, o prefeito poderá ser responsabilizado e ter seu mandato cassado por crime de responsabilidade.
Na mesma sessão, Haroldo Jesus protocolou requerimento para abertura de uma CPI, também aprovado pela Casa. A comissão irá investigar supostas irregularidades na contratação emergencial de uma organização social para gerir a UPA de Itaguaí, em um contrato de R$22 milhões.
O presidente apontou possíveis falhas como ausência de publicação da lista completa de concorrentes, falta de justificativa técnica para desclassificações e omissão do Conselho Municipal de Saúde. “Estamos diante de um possível direcionamento. Criaram uma calamidade para justificar o emergencial”, disse.
Haroldo também criticou o fechamento temporário da UPA durante a transição entre as gestoras. “Uma UPA fechada por dois dias pode custar vidas. Estão entregando a Saúde a uma empresa sem transparência”, alertou.
Ao final, o parlamentar denunciou ter recebido ameaças por telefone e reagiu com firmeza: “Não tenho medo. Não tenho rabo preso”.
Após exercer a chefia do Executivo interinamente por cinco meses e meio, Haroldo retornou à Câmara no último dia 18 de junho. O atual prefeito, Rubem Vieira (Dr. Rubão), reassumiu o cargo por decisão liminar, apesar de sua candidatura ter sido indeferida pelo TRE-RJ e mantida pelo TSE. O julgamento definitivo do caso ainda aguarda decisão do Tribunal Superior Eleitoral, e uma nova eleição suplementar pode ser convocada.
Quer receber esta e outras notícias diretamente no seu Whatsapp? Entre no nosso canal. Clique aqui.
A segunda edição do Festival Eita! Arraiá acontece neste fim de semana, de 11 a…
A neurocirurgiã pediátrica doutora Camila Miguez de O. Ahmed participou, na manhã desta sexta-feira (11),…
Por Nelson Lopes Vem de Brasília, as pressões para que o governador Cláudio Castro, o…
No episódio 39 do PodCreci, o podcast do Creci-RJ, o tema abordado foi “Incorporação imobiliária…
A Expo Café Varre-Sai 2025, realizada no último fim de semana de junho, movimentou R$23…
Um desfile de moda realizado nesta quarta-feira (9), na unidade ETE Olavo Bilac da Faetec,…