O comércio varejista da capital fluminense se mostra mais preocupado com segurança do que em 2021. De acordo com a pesquisa “Gastos com segurança em estabelecimentos comerciais” do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio), e do Sindicato dos Lojistas do Município do Rio de Janeiro (SindilojasRio), que ouviu 350 lojistas, os empresários gastaram R$ 300 milhões com segurança de janeiro a março de 2022, quase 5% a mais do que no mesmo período de 2021.
De acordo com o levantamento, o investimento do comércio foi com a contratação de vigilantes, equipamentos eletrônicos, grades, blindagens de portas, reforço de vitrines e seguro. A pesquisa mostra também que dos entrevistados 180 já tiveram seus estabelecimentos assaltados, furtados ou roubados. Este número representa cerca de 10% mais do que no mesmo período do ano passado. Do total dos gastos, R$ 150 milhões foram com segurança privada e vigilantes, R$ 100 milhões com equipamentos de vigilância eletrônica e R$ 50 milhões com gradeamento, blindagens, reforços de portas, de vitrines e com seguros.
De acordo com Aldo Gonçalves, presidente do CDLRio e do SindilojasRio, é como se fosse mais um tributo pago pelos lojistas, já massacrados pelo peso da burocracia e da alta carga tributária do setor do comércio. “A violência urbana na cidade do Rio de Janeiro vem prejudicando bastante o comércio, que tem influenciado profundamente no comportamento do consumidor, que por um lado fica com medo de sair de casa e por outro reduz seus gastos, entre eles as compras”, diz.
“Estamos conscientes de que a reversão da violência implica no estabelecimento de um pacto entre o Estado e a sociedade organizada”
Aldo Gonçalves, Presidente do CDLRio e do SindilojasRio
Ele ressalta que esses R$ 300 milhões gastos com segurança poderiam ter sido investidos na ampliação dos negócios, como novas lojas, reformas, treinamento de pessoal, gerando mais emprego e renda. “Estamos conscientes de que a reversão da violência implica no estabelecimento de um pacto entre o Estado e a sociedade organizada, pois é consenso que o poder público não pode sozinho resolver o problema. Esta é uma tarefa que todos nós devemos estar comprometidos: autoridades e as lideranças das instituições representativas”, conclui Aldo Gonçalves.
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