A Câmara de Vereadores da capital fluminense aprovou em definitivo o PLC 142/2023. O projeto de lei prevê a reforma de São Januário e a realização de obras de infraestrutura no entorno do estádio. Todos os 42 vereadores presentes votaram a favor.
A votação aconteceu na noite desta terça-feira (18) e foi acompanhada pelo presidente do Vasco da Gama, Pedro Paulo de Oliveira, o ex-jogador Pedrinho, por integrantes da diretoria do clube e por torcedores nas galerias.
O texto foi modificado por 67 emendas dos parlamentares e segue para redação final antes de ir para sanção do prefeito, o vascaíno Eduardo Paes.
Entre as modificação aprovadas, duas destinam recursos para contrapartidas. Uma estabelece que 6% do valor arrecadado com a Operação seja destinado a obras de melhorias no entorno do estádio de São Januário. Outra determina que 150 reais de cada metro quadrado negociado seja direcionado a um fundo de mobilidade, que será investido em obras de melhoria no trânsito nos chamados bairros receptores.
De autoria do Poder Executivo, o projeto institui a Operação Urbana Consorciada (OUC) Estádio de São Januário, no Bairro Vasco da Gama. A OUC compreende um conjunto de intervenções coordenadas pelo Poder Executivo Municipal, com a participação do Club de Regatas Vasco da Gama, moradores do entorno e investidores privados.
O texto estabelece que um total de 197 mil metros quadrados de potencial construtivo não utilizado no complexo de São Januário poderá ser transferido para diversas regiões da cidade, como a Barra e bairros da zona norte do Rio, desde que sejam respeitadas determinadas regras.
A partir do valor arrecadado com a venda deste potencial, o Vasco conseguirá recursos para ampliar e modernizar o estádio histórico, que há decadas demanda mais espaço para sua torcida. A previsão é que a capacidade chegue a 48 mil pessoas.
Uma das emendas aprovadas foi a de autoria do vereador Pedro Duarte (Novo). Com a proposta do parlamentar, aumentou de 10% para 20% o montante do valor total dos direitos da operação que poderão ser utilizados, de início, a título de aquisição de bens ou de direitos necessários à implementação do Estádio de São Januário.
— A venda não pode ficar atrelada à obra porque a obra demora e a venda é mais rápida. Isso foi resolvido com a criação de uma terceira conta. Então, a associação pode realizar a venda do potencial construtivo de uma vez só, mas não entra diretamente o recurso inteiro na conta da associação. Isso vai para uma terceira conta e conforme o clube vai comprovando o avanço da obra, os recursos vão sendo liberados. Assim você não trava a venda, nem tem o aporte de todo recurso de uma vez só — explicou.
O vereador Edson Santos (PT) recordou a história do clube e a sua contribuição para o esporte. Em 2024, o clube celebrou 100 anos da data que ficou conhecida como Resposta Histórica. Na ocasião, o Vasco da Gama se recusou a excluir 12 jogadores do time para se filiar na Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (AMEA).
“O Vasco foi pioneiro na assimilação de negros nos campos de futebol e isso fez muito bem ao futebol brasileiro. A partir daí, nós tivemos negros como Didi, Garrincha e Pelé, o maior de todos, e tantos outros negros que se destacam no mundo do futebol. Em 1994, tivemos o Romário, maior jogador da Copa do Mundo, também negro. A presença negra enriqueceu o futebol de nosso país e fez com que chegássemos ao pentacampeonato. Nós devemos esta realidade à coragem e à iniciativa do Clube de Regatas Vasco da Gama, que homenageamos hoje com esta votação”, ressaltou.
“O Vasco fez um golaço ao convocar o urbanista Sérgio Dias. Ele apresentou o projeto de um estádio sustentável, que vai ajudar a desenvolver economicamente toda a região e beneficiar as comunidades. É o Vasco, mais uma vez, sendo inovador”, afirmou o vereador Luiz Ramos Filho (PSD)
De acordo com o projeto apresentado pelo Vasco, haverá a reformulação total, não só do estádio, mas de todo o complexo de São Januário. As colunas, que hoje atrapalham um pouco a visibilidade, serão mantidas, mas no início dos três andares de camarotes. O espaço será destinado a empresas corporativas, patrocinadores e pessoas físicas.
Apesar disso, serão preservados setores intocáveis da parte da “área social”, como a fachada histórica, que é tombada, e a capela dedicada à Nossa Senhora das Vitórias.
A proposta do grupo de arquitetos comandado por Sérgio Dias é aumentar a integração do complexo de São Januário com o entorno, especialmente com a Barreira do Vasco. Isso será possível através da demolição do muro que atualmente está em torno do estádio. Desta forma, será construída uma esplanada de 10 mil metros quadrados, que ficará aberta à comunidade no dia em que não houver jogos.
Uma das grandes novidades na concepção da obra são os setores populares, que receberão mais de 32 mil pessoas à beira do campo, assegurando a manutenção do espírito popular do clube e garantindo um ainda maior “efeito caldeirão”.
Outro destaque são os 133 camarotes corporativos, com capacidade para abrigar 2.500 espectadores. O objetivo, além de oferecer conforto aos usuários, é arrecadar o máximo de recursos para manutenção do estádio e para o futebol, fundamental para manter a estrutura de atletas e profissionais de campo.
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