Economia

Carlos Augusto assume Conderlagos e promete trabalho como retribuição

*Por Marcos Vinicius Cabral

Eleito na sexta-feira (17) por unanimidade para ser o presidente do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento da Região dos Lagos (Conderlagos), Carlos Augusto (PL), prefeito de Rio das Ostras, reuniu representantes de dez cidades que integram o bloco regional. A diretoria eleita conta ainda com a prefeita de Saquarema, Lucimar Vidal, como vice-presidente, e o ex-prefeito de Iguaba Grande, Vantoil Martins, como secretário executivo.

A cerimônia, realizada no auditório da antiga Associação dos Profissionais e Instrutores do Estado do Rio de Janeiro (APIERJ), em Iguaba Grande, serviu para fortalecer os laços entre as cidades vizinhas e criar soluções conjuntas em áreas estratégicas como desenvolvimento econômico, infraestrutura, meio ambiente e turismo. Participam do consórcio Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Casimiro de Abreu, Cabo Frio, Iguaba Grande, Rio das Ostras, São Pedro da Aldeia, Saquarema e Silva Jardim.

O CONEXÃO FLUMINENSE conversou por telefone com Carlos Augusto a respeito dos desafios à frente do Conderlagos em uma entrevista exclusiva.

CONEXÃO FLUMINENSE – Ser eleito presidente do Conderlagos por unanimidade foi uma surpresa para o senhor?

Carlos Augusto – Eu não diria surpresa. Todo processo de escolha envolve diálogo, construção e, naturalmente, um grau de indefinição. Quando colocamos nosso nome à disposição, fazemos isso sabendo que a decisão final pertence ao coletivo.

Fico muito feliz com a confiança que recebi dos prefeitos da Região dos Lagos. Ser escolhido é uma honra, mas acima de tudo é uma responsabilidade enorme. Hoje, mais do que comemorar a eleição, eu compreendo com muita clareza o tamanho do compromisso de representar os gestores e, principalmente, as pessoas que vivem em nossas cidades. Vou trabalhar para estar à altura dessa missão.

CONEXÃO FLUMINENSE – Quais os maiores desafios que o Conderlagos terá nos primeiros anos de atuação, já que acabou de ser criado?

Carlos Augusto – Nosso maior desafio é consolidar a cultura da cooperação regional. Por muitos anos, cada município trabalhou isoladamente, tentando resolver sozinho problemas que são, na prática, compartilhados. Quando cada um olha apenas para si, nossa força se reduz.

O Conderlagos nasce grande, nasce forte e nasce histórico. Mas agora precisamos transformar essa união em estrutura, planejamento e resultados. O primeiro passo é organizar um plano de trabalho único, definir prioridades e criar uma agenda permanente de diálogo entre os prefeitos. O caminho está aberto e é promissor.

CONEXÃO FLUMINENSE – Qual vai ser o papel do Conderlagos para melhorar as cidades que integram o consórcio?

Carlos Augusto – Quando olhamos para os municípios da Região dos Lagos em conjunto, vemos uma potência que talvez ainda não tenha sido tratada como tal. Somos mais de 1 milhão de moradores, recebemos milhões de visitantes, concentramos destinos turísticos desejados e temos enorme importância econômica e ambiental para o Estado.

Ao mesmo tempo, enfrentamos desafios semelhantes. No verão, por exemplo, nossas cidades chegam a triplicar de população. Isso pressiona a saúde, o trânsito, o saneamento, a limpeza urbana e uma série de serviços essenciais. É um esforço gigantesco feito pelos municípios, mas a contrapartida em investimentos estaduais e federais não acompanha essa realidade.

Com o Conderlagos, teremos mais voz, mais presença e mais capacidade de negociação. Vamos tratar a região como um bloco, defendendo investimentos estruturantes, projetos integrados e políticas públicas que reconheçam a relevância da Costa do Sol.

CONEXÃO FLUMINENSE – O senhor é formado em Políticas Públicas pela UFRJ e é a terceira vez que é prefeito de Rio das Ostras. Essa experiência pode ser o diferencial para realizar um bom trabalho na condução do consórcio?

Carlos Augusto – Acredito que sim. Dedico minha vida à gestão pública e já passei por momentos muito desafiadores, tanto na condução da máquina pública quanto na articulação política. Essa experiência ajuda a enxergar o que é prioridade e onde o esforço precisa ser concentrado.

Mas faço questão de destacar algo: eu não estou sozinho. Ao meu lado estão prefeitos competentes, experientes e comprometidos. A vice-presidente, prefeita Manuela Vidal (substituindo só o nome se precisar), é uma liderança admirável. E o secretário executivo, Vantoil Martins, tem um histórico de gestão reconhecido e respeitado. Essa é uma construção coletiva.

CONEXÃO FLUMINENSE – O que tem feito para melhorar a vida dos produtores rurais de Rio das Ostras?

Carlos Augusto – Rio das Ostras passa por um processo de reconstrução. Muitos projetos importantes foram abandonados e estamos retomando esse legado com planejamento e seriedade. Estamos reestruturando políticas voltadas à produção rural, buscando apoio do Governo do Estado e do Governo Federal para acelerar investimentos.

E um símbolo importante dessa retomada é o retorno da Festa do Feijão, que faz parte da identidade cultural e econômica do nosso município. Ela está confirmada e será valorizada como merece.

CONEXÃO FLUMINENSE – E sobre geração de empregos e desenvolvimento, o que tem sido feito?

Carlos Augusto – Rio das Ostras reúne condições únicas para crescer. Quando criamos a Zona Especial de Negócios, era justamente para diversificar a economia, gerar emprego qualificado e reduzir a dependência dos royalties.

A ZEN é resiliente, atravessou crises e agora vive uma nova fase. Estamos fortalecendo o diálogo com grandes empresas e criando pontes para que contratem fornecedores locais, gerando trabalho para nossa gente.

Além disso, estamos promovendo uma ampla modernização da legislação urbanística, com revisão do Código de Obras e digitalização de processos. A meta é reduzir burocracia, acelerar investimentos e estimular o setor imobiliário e da construção civil, que são grandes geradores de emprego.

O resultado esperado é claro: mais negócios, mais oportunidades, mais renda circulando na cidade e mais recursos para investir na qualidade de vida da população.

CONEXÃO FLUMINENSE – Recentemente Rio das Ostras ficou sem uma parte de sua arrecadação de royalties. Como anda essa questão e o que senhor tem a dizer à população?

Carlos Augusto – Esse é um tema extremamente sensível. Já estamos sentindo uma redução e tudo indica que esse movimento pode se intensificar. Isso não afeta apenas Rio das Ostras, mas toda a região, em especial os municípios que têm relação com os campos maduros.

Por isso, esse será um dos principais assuntos dentro do Conderlagos. Precisamos entender com precisão qual é o planejamento da Petrobras para os próximos anos e quais impactos isso pode gerar. A partir disso, vamos construir um plano estratégico para proteger nossos municípios e preparar alternativas econômicas que garantam estabilidade e oportunidades para a população.

Não podemos ser pegos de surpresa. Vamos enfrentar esse desafio com seriedade, união e responsabilidade.

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