Sapucaí: Sossego, Porto da Pedra e União da Ilha são os destaques do primeiro dia da Série Ouro

A abertura dos desfiles do Carnaval 2022, com a apresentação da Série Ouro na Marquês de Sapucaí, foi marcada por um trágico acidente que deixou uma menina gravemente ferida durante a dispersão do carro abre-alas da agremiação Em Cima da Hora. O ocorrido causou um atraso nos desfiles por causa da realização da perícia no local. De positivos na noite podemos pegar as apresentações da Acadêmicos do Sossego, Porto da Pedra e União da Ilha, que se creditam ao título.

Quarta escola a entrar na avenida, a Unidos do Porto da Pedra, de São Gonçalo, pegou um pouco da rebarba do atraso causado pelo acidente, mas não se abateu. O enredo “O caçador que traz alegria” é um dos que já está na boca do povo e a arquibancada se mexeu pela primeira vez com mais ênfase na entrada da escola.

As alegorias chamaram atenção pela riqueza e a beleza e uma comissão de frente com movimentos marcantes que levantaram a torcida. De ponto negativo a falta de iluminação no carro abre-alas da escola, o que pode comprometer uma possível briga pelo acesso.

Quinta escola a entrar na Sapucaí, a União da Ilha mostrou que está dentro da briga para voltar ao Grupo Especial, de onde foi rebaixada em 2020 ao terminar na sétima colocação. As suntuosas alegorias mostraram o eficiente trabalho de construção do enredo “O vendedor de orações” e combinou bem com uma comissão de frente afinada, praticamente perfeita, com uma emocionante apresentação da atriz Cacau Protásio como Nossa Senhora.

Mas nem tudo foram flores para a Ilha. A escola teve que correr um pouco para cumprir o tempo determinado e acabou por arranhar a evolução. Resta saber se os pontos que podem ser perdidos serão o suficiente para atrapalhar o título.

O dia já estava claro quando a Acadêmicos do Sossego entrou na Sapucaí para fechar o primeiro dia de desfiles da Série Ouro. A escola de Niterói, que está na Série A (atual Série Ouro) desde 2017, fez um desfile acertado com o enredo “Visões xamânicas”.

A evolução foi o ponto alto do desfile, sem interrupções, sem correria, com conclusão dentro do tempo limite, mas há outros elogios a fazer. O bom acabamento de alegorias e fantasias e um acerto nos tons das cores chamaram muita atenção.

Como destaque negativo dá para ressaltar a falta de fantasia em uma das alas e uma certa falta de empolgação na hora do canto do samba da escola, talvez explicado pelos atrasos no início da noite.

O destaque negativo da primeira noite de Sapucaí nos desfiles da Série Ouro foi a Unidos de Bangu, que tentou contar a história de Castor de Andrade com o enredo “Deu Castor na cabeça”. Sexta escola a desfilar, já com o dia claro, a Unidos de Bangu se atrapalhou demais.

Com um início arrastado e um fim corrido na Sapucaí, a evolução e a harmonia da agremiação não se fizeram presentes. Os buracos eram claros e será difícil para a escola da Zona Oeste escapar do rebaixamento para a Série Prata. A Unidos da Ponte, que também apresentou problemas de evolução, é séria candidata a outra vaga do rebaixamento.

Segundo dia de Sapucaí

Nesta quinta-feira se apresentam as demais escolas da Série Ouro. Confira abaixo a ordem dos desfiles:

21h – Lins Imperial –“Mussum pra sempris. Traga o ‘mé’ que hoje com a Lins vai ter muito samba no pé”
21h45/21h55 – Inocentes de Belford Roxo – “A Noite dos Tambores Silenciosos”
22h30/22h50 – Estácio de Sá – “Cobra coral, Papagaio Vintém. Vesti rubro-negro, não tem pra ninguém” (releitura)
23h15/23h45 – Acadêmicos de Santa Cruz – “Axé, Milton Gonçalves – No catupé da Santa Cruz”
0h/0h40 – Unidos de Padre Miguel – “Iroko – É tempo de xirê”
0h45/1h35 – Acadêmicos de Vigário Geral – “Pequena África – Da escravidão ao pertencimento, camadas de memória entre o mar e o morro”
1h30/2h30 – Império da Tijuca – “Samba de Quilombo: a resistência pela raiz”
2h15/3h25 – Império Serrano – “Mangangá”