A sede da Casa do Jongo da Serrinha, em Madureira na capital fluminense, será reaberta oficialmente neste domingo (1º). A reinauguração será na véspera do Dia do Samba, com uma grande festa cultural gratuita.
A construção está instalada na Rua Compositor Silas de Oliveira, 101, no pé do Morro da Serrinha. O espaço passou por ampla reforma, com investimento de R$ 324.328,01, da Secretaria Municipal de Cultura (SMC).
A programação de retomada das atividades vai reunir integrantes de escolas de samba, como Salgueiro, Império Serrano e Vila Santa Teresa. Diversos blocos e coletivos artísticos também já confirmaram participação, como Cordão do Boitatá, Agbara Dudu, Caxambu, Salgueiro, Miracema, Jongo do Quilombo da Machadinha, Jongo do Bracuí, Jongo de Mambucaba, Tambores de Urucum e Jongo Afrolage. Tia Surica da Portela também é presença confirmada.
A reforma do imóvel visa promover a salvaguarda do jongo. A expressão cultural integra percussão de tambores e dança de origem africana, faz parte da identidade carioca, além de ter sido determinante para a formação do samba. O jongo foi declarado patrimônio imaterial brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
“A reabertura devolve ao Rio um espaço de grande importância para a nossa herança civilizatória afro-brasileira. Com novas estruturas, como o estúdio de gravação, renovamos nosso compromisso com a valorização de nossa memória, resistência e aprendizado”, afirma o secretário municipal de Cultura, Marcelo Calero.
A matriarca e presidente da Casa do Jongo, Deli Monteiro, também comemora a reabertura: “Para a gente é uma maravilha. Esperamos este momento por muito tempo. Quando veio a pandemia, parou tudo. Quando ela acabou, tentamos retomar a rotina, mas a sede estava muito deteriorada. Precisava mesmo da reforma”.
Entre as intervenções estão a substituição de trechos da calha do telhado, a correção de trincas na laje descoberta e no contrapiso e tratamento para conter e evitar infiltrações.
A estrutura metálica do telhado, a escada e o guarda corpo foram pintados, bem como paredes e tetos de todo o complexo, com dois mil metros quadrados. Também na obra, o piso de madeira recebeu sinteco e as fachadas passaram por revitalização.
O local recebeu sinalização de emergência e os equipamentos contra incêndio foram renovados.
O Jongo da Serrinha foi fundado há 62 anos. A sede própria foi inaugurada em 2015, durante a segunda gestão do prefeito Eduardo Paes. Este ano, a concessão de uso do espaço foi renovada pela prefeitura por mais 10 anos.
A instituição desenvolve trabalho de preservação e difusão de manifestações culturais de matriz africana: o jongo, a capoeira, o samba e a gastronomia preta.
Durante o período de fechamento da sede, as atividades regulares, como cursos para crianças, adolescentes e jovens, foram transferidas para o antigo espaço, o Quilombinho Terreiro Tia Eva Emily, também em Madureira. A expectativa é que a reforma e reabertura do espaço viabilizem um aumento de alunos atendidos gratuitamente. O número deve passar de 100 para 200 ao ano.
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