Por Nelson Lopes
A operação mais letal do Rio fez com que a esquerda mirasse o governador do Rio, Cláudio Castro. Mas, engana-se quem pensa que ele se enfraqueceu internamente, no PL, por isso. Castro está mais em alta do que nunca. É que se antes ele era visto com desconfiança no bolsonarismo para disputar a segunda vaga ao Senado, agora ele está mais do que cacifado.
A defesa dos policiais, a frieza com que tratou os mais de 120 mortos e a sustentação de ideias conservadoras serviram como um carimbo no passaporte de quem pretende ter a bênção de Bolsonaro para tentar uma vaga na Casa Alta. A outra aposta do partido será ninguém mais, ninguém menos, do que Flávio Bolsonaro.
Afagos até de Michelle!
Prova disso foi a postagem feita pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, em suas redes sociais. Ela criticou o governo Lula em um pronunciamento em suas redes sociais e enalteceu o governador Cláudio Castro. Sem papas na língua, Michelle disse que o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, foi “omisso”.
Michelle afirmou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) agiu como “cúmplice da dor”, em uma referência à polêmica declaração do petista feita última sexta-feira, na Indonésia, quando afirmou que o combate ao tráfico de drogas passa também por medidas voltadas aos usuários dos entorpecentes, os quais classificou como “responsáveis” pelos traficantes.
Eis que surge a CPI!
Como resposta à crise, o Senado vai instalar, na próxima terça-feira, a CPI do Crime Organizado. O colegiado deve ter maioria da oposição em sua formação. A expectativa é que as sessões se tornem palco de embates entre governistas e a oposição.
E quem é membro titular? Flávio Bolsonaro. Alguém duvida que o espaço vai ser usado para catapultar as campanhas dele próprio e de Castro ao Senado?
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