Por Ana Paula Lima
Os vereadores de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, frequentemente colocam em pauta nas sessões plenárias da Câmara Municipal de Duque de Caxias questões relacionadas à cidade, mas também estão de olho no entorno e portas de entradas do município. Na semana passada, o holofote virou para o Arco Metropolitano.
O que era para ser uma solução para amenizar o complicado e congestionado trânsito de uma das entradas da Região Metropolitana se tornou uma das rotas mais perigosas do estado. À falta de segurança, sinalização e iluminação agora se somam casos de notificações aos moradores quanto os avanços em seus terrenos e residências.
Essa é a realidade do Arco Metropolitano, que custou quase R$ 2 bilhões. Depois de sua inauguração, em 2014, o trecho não recebeu mais nenhum tipo de investimento e se transformou em uma rota fantasma e perigosa. A situação do Arco é o sinônimo de muitas promessas e pouca entrega, e por isso é conhecida como “Faixa de Gaza”.
O projeto inicial previa a construção de 145 quilômetros, cortando oito municípios até chegar a Itaboraí, uma ligação entre o Porto de Itaguaí e o Comperj.
Seria uma rota para evitar cruzar desnecessariamente o município do Rio e ajudaria a desafogar o trânsito na sempre engarrafada Avenida Brasil e também uma alternativa para evitar a ponte Rio-Niterói, ajudando em situações inesperadas.
Vereadores de Caxias ressaltam desapropriações
Toda a situação envolta do Arco Metropolitano se tornou um dos assuntos abordados pelos vereadores de Duque de Caxias, na sessão da Câmara, realizada na última semana. A empresa EcoRioMinas é a gestora do Arco Metropolitano e foi o centro da discussão.
O vereador Alex da Juliana do Táxi (MDB) trouxe uma questão preocupante ao plenário ao sinalizar que os moradores da região do bairro Figueira, em Duque de Caxias, estão sendo notificados sobre possíveis avanços da concessionária em seus terrenos. “O secretário de Urbanismo, Leandro Guimarães, tem que entrar no caso. Temos que trazer esta discussão para esta Casa para que possamos entender o que está acontecendo”.
“Nesta semana, já recebi denúncias provando a incompetência do Estado do Rio de Janeiro que gastou bilhões para fazer uma rodovia com dinheiro da população para depois entregar à iniciativa privada”, lamentou Alex Freitas, apontando ainda que há previsão de cobrança de pedágio ao longo da rodovia.
Morador da região, o vereador Aquiciley Filho (Republicanos), corroborou com Alex da Juliana do Táxi no que tange às obras que estão em andamento no bairro Figueira, entre elas, a canalização do Rio Calombé, em Duque de Caxias, que há muitos anos era aguardada. “A obra do arco e as desapropriações ocorreram entre 2011 e 2013. Passaram-se dez anos e, agora, esta empresa está notificando os moradores”, enfatizou ele.
“Uma obra cara e agora vamos receber mais uma empresa que já chega sem planejamento. Estamos vendo a instalação de praças de pedágio, moradores sendo desrespeitados”, contabilizou o vereador Catiti (Avante).
Nivan Almeida comentou que o Arco Metropolitano veio ao encontro das demandas do transporte rodoviário do polo petroquímico. Ele ressaltou ainda que o governo municipal de Duque de Caxias buscou junto ao Estado e à União a retomada da atenção ao trecho, principalmente, entre Itaboraí, próximo de Manilha, até a entrada de Magé.
“É uma demanda que depende muito de outros antes da federação, porque é uma rodovia que, a princípio, será federal, pois, é uma continuidade da Rio- Teresópolis”, explicou ele, salientando que é possível também, a cobrança de pedágios, mas num modelo atual. “Houve uma desatenção do poder público e, com isso, o aumento do número de assaltos, furto de luminárias e até postes caídos”, explicou ele.
Neste momento, o vereador Alex Freitas reiterou a responsabilidade do Estado para garantir a mobilidade e a segurança de quem passa pelo trecho. “Para fazer a obra e gastar o dinheiro, o Estado foi responsável, agora, para fazer a manutenção ele precisa esperar para saber quem é o responsável? Ele é o responsável por garantir a segurança da população”, resumiu ele.