Conexão Rio-BSB

Lula pressiona Paes

Por Nelson Lopes

A semana foi marcada pela pressão da direção nacional do PT, em Brasília, sobre o prefeito do Rio, Eduardo Paes. A mando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o secretário de Assuntos Federativos, André Ceciliano, foi exonerado do cargo e está apto para ser vice na chapa encabeçada por Paes. Também por ordem de Lula, o vice-prefeito no segundo mandato de Eduardo Paes, Adílson Pires (PT), deixou a prefeitura do Rio, onde atuava como Secretário de Assistência Social.

Isso porque, segundo a Justiça Eleitoral, para ser candidato, um postulante precisava ser exonerado até o último dia 5 de funções públicas. Desta forma, o PT “encurrala” Eduardo Paes, deixando dois nomes disponíveis para a composição. A aliados, porém, Paes já externou que não vai sucumbir e mantém a palavra de que seu vice será o deputado Pedro Paulo, também do PSD. Em conversa com Lula, no entanto, ele segue dizendo que nada está definido.


Dupla afiada do Rio cobra Haddad

Em audiência pública realizada na Câmara dos deputados, nesta terça-feira, sobre a dívida do Rio com a União, coube à deputada federal Laura Carneiro e ao deputado estadual Pedro Paulo (ambos do PSD) a cobrança da redução da taxa de juros. O débito do Rio com a União é inquestionável e supera R$ 160 bilhões. Mas, os parlamentares cobraram condições melhores de pagamento e definiram as taxas praticadas atualmente como “agiotagem”.

Hoje, os juros da dívida do Rio estão fixados no IPCA (inflação) + 4% de juros. Laura e Luiz Paulo exigem que isto caia, pelo menos, para o IPCA +2%. E é fácil entender o porquê da necessidade de redução dos juros: no ano de 1997, o Rio devia R$ 13,6 bilhões. Os dividendos, porém, transformaram a conta em uma “bola de neve”. Por isso, o governo do Rio e os parlamentares discutem com o Ministério da Fazenda um novo formato do Regime de Recuperação Fiscal (RRF).


Apoios no Rio viram moeda de troca em Brasília

Com a ruptura do Republicanos fluminense com a gestão de Eduardo Paes, na última semana, o partido pode se bandear para a campanha do bolsonarista Alexandre Ramagem. A possibilidade anima – e muito! – o presidente nacional do Republicanos, o deputado federal Marcos Pereira. Ele, que sonha com a presidência da Câmara Federal, pensa em dar o apoio a Ramagem, o que significaria mais tempo de TV ao candidato do PL. Em troca, receberia os votos dos bolsonaristas quando tentar suceder Arthur Lira no posto mais alto da Casa.

Mas, ele não é o único cacique de Brasília disposto a apoiar Ramagem, esperando o apoio do partido de Bolsonaro para a presidência da Câmara. Elmar Nascimento, do União Brasil, tenta convencer o diretório estadual do seu partido a apoiar Ramagem. Acontece que o presidente estadual do União é Rodrigo Bacellar. O presidente da Alerj, até o momento, insiste na candidatura de Rodrigo Amorim à prefeitura pelo partido.

É esperar para ver.


Senado de olho no futebol carioca

Sabe o mecenas do Botafogo, o americano John Textor? Ele, que já havia irritado os demais cartolas do futebol brasileiro por citar um suposto esquema de manipulação de resultados, sem apresentar provas, agora também está na mira do senador Jorge Kajuru. O presidente da CPI da manipulação de jogos não gostou das críticas feitas a ele pelo dirigente botafoguense e agora promete propor o banimento de Textor do futebol brasileiro, além de solicitar a sua extradição, caso nenhuma máfia seja comprovada. Na quinta-feira, Textor publicou em uma rede social: “Senador Kajuru, seus 15 minutos de fama estão quase expirando… E tudo que parecemos ter aprendido em sua investigação de manipulação de resultados em benefício do Palmeiras é que você é um torcedor do Palmeiras pela vida toda. Problemas sérios precisam de pessoas sérias. Em qual lado da história você ficará? A escolha é sua”.

Depois dessa, a aposta nos bastidores do Congresso é que Textor seja convocado a depor nos próximos dias.


Pedro Paulo salva o PT em ano eleitoral

Relator na Câmara dos Deputados do projeto de lei, aprovado nesta semana, que uniformiza a aplicação de juros e correção monetária nos contratos de dívidas, quando a taxa não for previamente convencionada entre as partes, o deputado federal Pedro Paulo “salvou” o PT de ter que se explicar a seus eleitores, em pleno ano eleitoral.

É que o projeto inicial, feito no senado e relatado por petistas, continha um “jabuti” – quando uma parte parte do texto não tem relação direta com a matéria em questão. O artigo dispensava a incidência de juros de mora em casos de ruptura de contratos trabalhistas, quando as tratativas estivessem na fase pré-judicial. Ou seja: entre a data do descumprimento do contrato e o ajuizamento da reclamação trabalhista.

Coube ao deputado do Rio lembrar aos petistas que isto poderia causar estardalhaço, com direito a protesto de centrais sindicais, em pleno ano eleitoral.


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