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Baixinho na marca do pênalti

Por Nelson Lopes

Não anda fácil a vida do senador Romário na política. Em seu segundo mandato pelo Rio, o “Baixinho” está na mira da Polícia Federal e do Ministério Público Federal por suposto envolvimento em um esquema de desvio de dinheiro de projetos de esportes da Prefeitura do Rio de Janeiro. Ele nega as acusações feitas em delação premiada. Em paralelo, o senador é acusado de “conflito ético” em um caso, no mínimo, peculiar. Ele, que é relator da CPI das Apostas Esportivas no Senado, também é presidente do América, tradicional clube de futebol carioca. Acontece que, ao mesmo tempo em que fiscaliza as chamadas BETs esportivas, fechou um contrato de patrocínio de uma empresa de apostas para o clube que dirige. Ah, e dentro do bolsonarismo, ele não é unanimidade. No último evento do PL, na praia de Copacabana, Romário chegou a ser vaiado quando teve o seu nome anunciado no carro de som. Tá aí uma situação inusitada para quem se acostumou a ser aclamado pelas arquibancadas e repetir que “é o cara” ao decidir campeonatos.


Racha no petismo

É grande a indecisão na direção nacional do PT em relação ao apoio a Eduardo Paes nas próximas eleições. Com a possibilidade de Paes deixar o petismo a ver navios, indicando o deputado federal Pedro Paulo para seu vice, a aposta interna é de racha na militância do partido. A aposta é de que a maioria do eleitorado associado à legenda opte pela candidatura de Tarcísio Motta, do PSOL, no primeiro turno. Apesar disso, em Brasília, ainda há quem lute para que o partido de Lula indique o vice de Paes. Quem puxa essa dissidência é o casal Lindbergh Farias e Gleisi Hoffmann, diretamente da Câmara dos Deputados. Mas há petistas que apoiam a coligação com Paes, mesmo que o vice não seja dado ao PT. O principal fiador desse discurso é o também deputado federal Washington Quaquá.


A volta de Crivella

Ex-senador e prefeito do Rio, Marcelo Crivella não se vê a longo prazo na Câmara dos Deputados, onde atualmente cumpre mandato. Em reunião com o presidente nacional do Republicanos, o também bispo licenciado da Igreja Universal, Marcos Pereira, Crivella colocou que quer ser candidato ao Senado em 2026. Acontece que o Rio já acena com duas candidatos de direita nas próximas eleições para o Congresso: a do atual governador do estado, Cláudio Castro e a de Flávio Bolsonaro. 


Briga de foice pelo voto bolsonarista

O União Brasil lançará no próximo dia 17, às 17h, a candidatura do deputado estadual Rodrigo Amorim à prefeitura do Rio. E nada é por acaso. A escolha do dia 17, às 17h, é uma clara referência ao número usado por Bolsonaro nas urnas, nas eleições de 2018. Amorim, como se sabe, levanta a bandeira conservadora e é amigo pessoal do senador Flávio Bolsonaro. Acontece que o próprio Jair Bolsonaro apoia a candidatura do deputado federal Alexandre Ramagem, adversário de Amorim. Os dois devem duelar pelo voto do bolsonarismo nessas eleições. É esperada uma “briga” pelo posto de maior “bolsonarista raiz” do Rio, veja só…


Bate, mas afaga

Mas, dentro do núcleo da campanha de Ramagem, em Brasília, o lançamento da campanha de Amorim é considerado fundamental, por incrível que pareça. O porquê? Eu explico… Caso Amorim não seja candidato, corre-se o risco de Eduardo Paes e Tarcísio Motta centrarem fogo em Ramagem, candidato de Bolsonaro, em debates. Com Amorim, ainda que um percentual mínimo de votos se perca, espera-se que ambos façam “dobradinha” e questionem Paes em relação à sua gestão e a sua antiga relação com Sérgio Cabral. Ah, e quem passar para o segundo turno apoiará o outro.


O naufrágio da CPI

O deputado federal Áureo Ribeiro, principal cacique do Solidariedade no Rio, vai ter dificuldades para emplacar a sonhada CPI dos Planos de Saúde, na Câmara Federal. Isso porque o acordo com operadoras para a suspensão dos cancelamentos de planos de saúde passou pelo veto à CPI que pretende investigar o setor. O lobby das seguradoras é um dos mais fortes e influentes do Brasil. Ficou combinado entre representantes dos principais planos de saúde e o presidente da Câmara, Arthur Lira, que a reincorporação dos clientes que tiveram seus vínculos suspensos estava condicionada à votação do projeto da nova lei dos planos de saúde e à não instalação do colegiado. Áureo reconhece dificuldades para investigar o setor, mas diz que seguirá lutando pela instalação.


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