*Por Pedro Henrique Gomes
No terreiro da vida, Candeia riscou o chão com versos que sangravam verdade. Era o samba sua bandeira, a resistência, sua melodia. O poeta da Portela, em sua cadeira, não se limitava; voava em notas que tocavam corações, reerguiam a dignidade. Cada letra sua era um manifesto, cada compasso, um grito por igualdade. No quintal do morro, um menino olhava o céu, ouvindo Candeia ensinar que a liberdade é feita de luta, mas também de canto. Ele partiu, mas a roda não se desfez. Em cada esquina do samba, seu legado pulsa, lembrando que ser negro é ser rei.
Um tributo ao samba!
Dizer quantos anos tem o samba é arriscado. Como uma prática social, cultural e política, o samba é ancestralidade em movimento, memória viva de um povo que transformou dor em arte, resistência em festa. É o tambor que atravessou o Atlântico, o canto que ecoa do Valongo às favelas, a dança que desenha no corpo a liberdade que sempre se buscou. O samba é a roda que acolhe, a avenida que narra histórias, o terreiro que consagra a força coletiva. Mais que um gênero musical, é identidade, é luta, é celebração — um patrimônio imaterial que se renova sem perder suas raízes.
Em 2024, no Dia Nacional do Samba, com o selo Boca do Povo Edições, o Deriva dos Livros Errantes lança mais uma publicação para homenagear uma personalidade do samba. Um salve ao Candeia, conheça o projeto literário intitulado “O Mar Serenou”, composta por crônicas inspiradas nas canções de Antônio Candeia.
Acesse: https://derivadoslivroserrantes.my.canva.site/candeia
Mais um bom dia ao samba!
Pedro Henrique Gomes é escritor
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