Opinião

Consumo desenfreado ameaça a segurança dos consumidores

*Gutemberg Fonseca

No mundo capitalista, não é novidade que o consumo é um dos pilares da economia, impulsionando setores produtivos e gerando empregos. Com as taxas de juros atrativas e prazos alongados, o poder de compra é ampliado, permitindo que milhões de pessoas consigam adquirir bens como a casa própria e outros. Mas, muitas vezes, o sonho vira pesadelo. Inúmeras famílias acabam comprometendo grande parte da renda com parcelas de financiamentos, gerando um ciclo vicioso de dívidas e inadimplência.

Na Semana do Consumidor, quando há uma profusão de ofertas atraentes e campanhas publicitárias, muitas pessoas, sem educação financeira adequada, acabam caindo em armadilhas das quais é difícil sair. Neste momento, os mutirões de renegociação de dívidas são extremamente importantes para atender a consumidores endividados. As últimas ações dão uma dimensão do que tem significado essa oportunidade.

No mutirão realizado em janeiro deste ano pela Secretaria de Estado de Defesa do Consumidor (SEDCON) e o PROCON-RJ, por exemplo, entre negociações mais vantajosas, estão acordos com bancos, concessionárias e empresas de telecomunicações que fecharam acordos entre 42% e 100% do valor da dívida.

Buscando alcançar ainda mais consumidores, a SEDCON e o PROCON criaram a primeira edição estadual do mutirão, que aconteceu entre os dias 10 e 14 de março em sete municípios simultaneamente e que já apresenta resultados significativos com negociações que chegam a 100% de isenção da dívida.

Nesta nova Semana do Consumidor, continuamos intermediando a relação entre empresas e consumidores, mas também aproveitamos a oportunidade para discutir a responsabilidade das empresas. Em um mercado cada vez mais competitivo, a transparência e a ética devem ser valores inegociáveis. Empresas que adotam práticas comerciais justas e respeitam os direitos dos consumidores tendem a construir relacionamentos de longo prazo com seus clientes, gerando confiança e fidelidade.

É importante ressaltar que o consumo não deve ser visto apenas como um ato econômico, mas também como uma expressão de cidadania. Ao escolher produtos e serviços, os consumidores podem influenciar o mercado, privilegiando empresas que adotam práticas sustentáveis e socialmente responsáveis. Nesse sentido, a Semana do Consumidor pode ser um catalisador para mudanças positivas, incentivando um consumo mais consciente e alinhado com os valores da sociedade.

O momento é de refletir sobre o papel do consumo em nossas vidas, os riscos e benefícios do crédito fácil e a importância de mecanismos de defesa do consumidor. Com políticas públicas eficientes, educação financeira e práticas comerciais éticas, podemos construir uma relação mais equilibrada e justa entre consumidores e mercado. Afinal, o consumo responsável é um direito e um dever de todos.


Gutemberg Fonseca é secretário de Estado de Defesa do Consumidor

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