Um trem para chamar de seu!

*Por Tamima de Souza

Numa cidade tão extensa quanto o Rio de Janeiro, a população precisa de muito mais do que asfalto para se locomover, sendo essencial uma integração e diversidade de meios de transportes públicos.

Os trens sempre foram a solução para os cariocas, indo aonde a maior parte dos meios de transportes não chega, ligando a Baixada Fluminense ao Centro. Sendo uma solução de ontem e hoje é de se estranhar ver vagões com mais de 30 anos ainda em funcionamento.

No trem vemos de tudo, desde o simples passageiro que se desloca do ponto A para o ponto B, quanto à cantora que está grávida e interpreta a Anitta nos seus vagões, como os vendedores de produtos.

Vemos, para a tristeza de todos, consumidores sendo apertados, esmagados, esperando, indo e voltando pelos trilhos por problemas de má manutenção dos vagões, furtos de cabos, queda de energia, paradas necessárias por causa de tiroteios, enfim, uma infinidade de causas que geram danos a quem é passageiro e à toda sociedade, já que com a paralisação dos ramais a fuga desses passageiros é o asfalto, que, consequentemente, fica congestionado.

“Os trens sempre foram a solução para os cariocas, indo aonde a maior parte dos meios de transportes não chega, ligando a Baixada Fluminense ao Centro”.

Tamima de Souza, advogada especialista em Trânsito e Mobilidade Urbana

Como todo consumidor, o do trem também tem direito, cabendo não só a ele como a todo aquele que se sentir lesado buscar na Justiça a reparação e/ou ressarcimento desse dano. Como exemplo podemos pensar nas, infelizmente, comuns quedas de trem, seja no trilho ou entrando no vagão. Essa queda, grande ou pequena, gera muitas das vezes a obrigação da empresa de indenizar esse consumidor.

A chegada do trem na estação ferroviária é, por si só, uma pressão física e emocional ao passageiro, já que, por não saber se e quando será o próximo, não tem como optar em esperar por um mais vazio. Essa imprevisibilidade já abala a vida do consumidor, já que seus compromissos dependem da previsibilidade do tempo de deslocamento.

Como se isso não bastasse, entrar no vagão vira uma batalha, um esmaga o outro, aperta um pouco mais, quando não é empurrado pelos funcionários para que a porta possa fechar, isso, não é respeitar o consumidor.

Mas somos cariocas e não perdemos o rebolado, vamos e voltamos no transporte que temos, não que seja o que queremos, mas vamos vivendo nesse vai e vem.


*Tamima de Souza, advogada, é sócia da sociedade Armando de Souza Advogados e presidente da Comissão de Trânsito e Mobilidade Urbana do Instituto do Advogados Brasileiros (IAB Nacional).

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