*Por Tamima de Souza
Não é de hoje que mulheres reclamam de assédios e/ou importunações sexuais dentro dos transportes públicos. Tanto que temos leis estaduais desde o ano de 2006 que destinam espaços exclusivos para mulheres no sistema ferroviário e metroviário.
Destaco que tanto o assédio quanto a importunação sexual são crimes e como tais devem ser punidos.
Essa insegurança no transporte público faz com que as mulheres tenham medo de utilizá-lo, usando-o quando possível acompanhada de outras pessoas, algumas vezes até utilizando-se de mais de um meio de locomoção, para que possa estar junto do acompanhante.
Isso não é só um problema do carioca, mas um problema mundial, tanto que Londres, visando incentivar a denúncia de todo aquele que tenha conhecimento do assédio vem fazendo campanhas nos meios de transportes públicos.
Como mulher sei que diversas vítimas se sentem inibidas em alertar e/ou pedir socorro durante ou após o cometimento desses crimes, seja pelo constrangimento seja por se sentir culpada.
“Essa insegurança no transporte público faz com que as mulheres tenham medo de utilizá-lo, usando-o quando possível acompanhada de outras pessoas”
Tamima de Souza, advogada especialista em Trânsito e Mobilidade Urbana
Chamo a atenção que toda mulher ou já foi assediada ou sabe de alguma vítima, mas o mesmo não acontece do lado oposto. Quantos homens assumem que assediam as mulheres ou conhecem algum homem que já assediou?
É por esses e outros motivos que acho válida a campanha de Londres, pois cabe a cada um de nós, não só a vítima, reconhecer uma situação de assédio e/ou importunação sexual e socorrermos essa vítima, denunciando esse crime.
Por fim, torço para que o direito das mulheres de serem transportadas num vagão exclusivo, com segurança e conforto, seja respeitado.
*Tamima de Souza, advogada, é sócia da sociedade Armando de Souza Advogados e presidente da Comissão de Trânsito e Mobilidade Urbana do Instituto do Advogados Brasileiros (IAB Nacional).
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