Comércio carioca estima vendas de 2,6% para o primeiro trimestre. (Foto de banco de imagens)
O comércio varejista da cidade do Rio de Janeiro projeta um crescimento de 2,6% nas vendas no primeiro trimestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior. A previsão foi divulgada em um estudo realizado pelo Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio) e pelo Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro (SindilojasRio). Apesar da expectativa positiva, especialistas apontam desafios econômicos que podem impactar o desempenho do setor.
De acordo com Aldo Gonçalves, presidente do CDLRio e do SindilojasRio, o início do ano normalmente não é um período de grande volume de vendas, pois janeiro e fevereiro são meses de férias e sucedem ações de consumo elevadas durante o fim de ano. Em 2025, esse cenário se intensifica devido ao Carnaval, que ocorre no início de março e se estende por mais de uma semana.
Outro fator relevante apontado por Gonçalves é a expectativa de um crescimento econômico abaixo do registrado em 2024. “Hoje, as estimativas para 2025 indicam uma variação menor do PIB, e a inflação projetada em 5,60% afetará os orçamentos familiares e as decisões de compra. No curto prazo, as intenções de consumo revelaram queda em fevereiro, com crédito caro e preços elevados que podem ter desestimulado o varejo”, afirmou o presidente das entidades.
O estudo também destaca os juros elevados que impactam diretamente o consumo. Para pessoas físicas, as taxas na modalidade de aquisição de bens variam entre 2,40% e 137,75% ao ano. No cartão de crédito parcelado, os juros vão de zero a 706,11% ao ano. Já no crédito pessoal consignado praticado pelo setor privado, as taxas oscilam entre 16,80% e 143,87% ao ano.
O impacto do endividamento na atividade econômica é outro ponto de preocupação. “O aumento dos juros torna o endividamento mais custoso, pois exige um esforço maior para o pagamento das dívidas. Se, por um lado, isso reduz a pressão sobre os preços, por outro, desaquece a atividade empresarial devido ao alto custo financeiro”, concluiu Aldo Gonçalves.
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