Encerramento do RIO+AGRO debate tendências e desafios do setor

Por Marcos Vinicius Cabral

A segunda edição do Fórum Internacional do Desenvolvimento Agroambiental Sustentável (RIO+AGRO) terminou nessa sexta-feira (3), no Riocentro, na Barra da Tijuca, consolidando o evento como uma potência de debate e negócios no cenário global. Além disso, o evento trouxe debates, tendências e desafios para o setor agropecuário.

O CONEXÃO FLUMINENSE esteve presente no evento e conversou com personalidades importantes de diferentes segmentos do agronegócio. Idealizador do RIO+AGRO e diretor-executivo do ECP Environmental Solutions, Carlos Favoreto acredita que o evento é uma boa oportunidade para debater equilíbrio entre o crescimento econômico e o setor de preservação ambiental.

“Na verdade, o RIO+AGRO é um evento internacional que começou ano passado e estou repetindo este ano, já que é ele bianual e representa a mudança no paradigma de como você enxerga o setor agrícola do Brasil para o mundo. Antes do RIO+AGRO, o setor agrícola era visto como o vilão do meio ambiente. E asseguro: não é! Hoje a gente consegue duplicar a produção agrícola sem realizar um desmatamento, sem tirar um metro quadrado de árvore. Por isso, as pessoas que falam que a agricultura causa desmatamento, estão falando bobagens”.

“Eu preciso comunicar da porteira para fora, porque da porteira para dentro os agricultores comunicam muito bem. Para se ter uma ideia do que estou falando, o Estado do Rio é o penúltimo em produção agrícola e o segundo no mercado consumidor do Brasil. Tanto que a riqueza que temos aqui, somando-se as áreas degradadas da cana de açúcar, do café e da laranja, por exemplo, é o dobro do que a Holanda, que é considerado o segundo maior exportador mundial de alimentos agrícolas, produz. Por isso, é oportuno a gente esclarecer algumas questões na comunicação”, explicou Favoreto.

E justificou: O RIO+AGRO vem, dentre outras finalidades, fazer uma nova comunicação. É um evento inspirado no RIO ECO 92 quando surgiu o tal ‘desenvolvimento sustentável’ que serviu para falar de sustentabilidade em um amplo campo ambiental. O que fizemos? Pegamos a palavra agroambiental e adaptamos para este movimento feito aqui que é conciliando as ciências agrárias com as ambientais de forma conveniente. Esse é, no meu ponto de vista, o sucesso deste evento”, disse.

O Presidente Carlos Favoreto apresentou o balanço final, anunciando os resultados inéditos:

• Público Total: 24.000 pessoas visitando e participando.
• Alcance Global: Delegações de 25 países (além do Brasil) estiveram presentes. A presença internacional incluiu: Itália, Egito, Tanzânia, Alemanha, Argentina, Áustria, Uruguai, Quênia, Dinamarca, Kuwait, China, Espanha, Peru, Nigéria, Países Baixos, Bélgica, Gana, Etiópia, Panamá, Angola, Guiné, Botsuana, Colômbia e Suriname.
• Estrutura: 120 palestrantes, 350 jornalistas credenciados, 350 equipes de produção, e 150 marcas em exposição.
• Negócios e Inovação: O Fórum contou com 25 empresas e startups ativas e registrou uma estimativa de R$ 50 milhões em prospecção de novos negócios.
• Gigante Digital: O Impacto na Mídia e Redes Sociais

Outro que esteve presente no evento e palestrou sobre Cooperação Circular foi o superintendente de Portos, Terminais e Assuntos Nucleares do Governo do Estado do Rio de Janeiro, João Leal, que fez questão de enaltecer a importância do RIO+AGRO 2025.

“O nosso Estado, de forma reconhecida, é líder energético do país de maneira diversa. Somos o maior explorador de petróleo e gás, somos os únicos geradores de energia termonuclear, temos a energia fotovoltaica presente nos 92 municípios e temos o destaque na produção biogás. E o que isso tem a ver com agricultura? Ao irradiar o alimento, você aumenta a vida útil dele que em tese é um produto perecível”.

“Com isso você elimina fungos, germes, bactérias, evita-se desperdícios contribuindo para a segurança alimentar do mundo, haja vista que o PIB nacional da agricultura ocupa lugar de destaque. Mas a nossa perspectiva agrícola no Estado do Rio é a agricultura familiar em que são pequenas porções de terra. Os desafios são gigantes e as famílias que militam no setor agrícola, que são muitas, terão uma melhora considerável com projetos que possam ajudar de alguma forma na prosperidade socioeconômicas dessas famílias”.

“E é nessa lacuna que entra o Cooperação Circular, projeto criado por mim que integra o resto do resíduo orgânico produzido nos refeitórios do distrito industrial de Santa Cruz composta esses resíduos e entrega para um adubo orgânico para uma cooperativa de agricultores familiares ao entorno desse distrito. Isso para melhorar a infraestrutura básica desse agricultor que é o solo ele produz mais e vende um alimento de melhor qualidade”, afirmou Leal, palestrante do dia.

Já os amigos Agenor Machado e Paulo Henrique Zuzarte, diretor da Areal Telurio e doutorando da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), respectivamente, explicaram o trabalho que a empresa realiza na extração e refino de minerais não metálicos.

“A areia é importantíssima para a construção civil, mas deixa um passivo ambiental muito grande. No entanto, com esse novo projeto de implantação de energia solar flutuante o que eu faço? Recupero esse passivo, gero energia, gero emprego e gero renda para o local. Passo a ter uma energia limpa e verde e tudo isso vai alterar a relação da mineração com o meio ambiente e com a sociedade. É um projeto longevo. Conforme for desenvolvendo a mineração de areia a gente vai implantando a energia solar e assim sucessivamente”, afirmou Agenor.

PH Zuzarte vai além: “Além disso que o Agenor explicou, trata-se de uma oportunidade de negócio. É uma maneira de resgatar as funções da sociedade, do emprego e da energia”, concluiu.

O evento foi encerrado com o show de Michel Teló, no palco principal e com lotação máxima do Pavilhão 2 do Riocentro. O próximo evento vai ser o BRASIL+AGRO 2026, edição internacional em um país a ser definido, levando o modelo de sustentabilidade brasileiro ao exterior. Já o RIO+AGRO 2027 retornará ao Rio de Janeiro.

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