Por Henrique Ozelin
Um dos subprefeitos mais atuantes da administração do Paes e que tem tido significativo destaque é o Diego Vaz, subprefeito da Zona Norte do Rio. Didi, como é conhecido, tem como principal objetivo resgatar o orgulho de ser do subúrbio carioca. E Diego Vaz pretende conseguir isso através da oferta de serviços básicos à população que sofre, historicamente, com a falta de estrutura e serviços públicos de qualidade.
É comum vermos Diego botando a mão na massa para realizar os serviços públicos para a população, assim como se comunica ativamente a qualquer hora do dia pelas redes sociais para trazer alguma informação importante. Com o seu lema “pé no chão, ouvido grande e orgulho suburbano”, o subprefeito Diego Vaz concedeu uma entrevista exclusiva ao Conexão Fluminense.
Conexão Fluminense – Quais são as medidas da prefeitura para lidar com as chuvas?
Diego Vaz – A gente tem feito muito investimento para fazer a prevenção dos alagamentos. Estamos trabalhando em três frentes. A primeira é a ação do Ralo Limpo. Que envolve dois órgãos: a Comlurb e a Secretaria de Conservação. A Comlurb faz a limpeza manual e, se ainda não for suficiente e o escoamento ficar obstruído, a Conservação vem e usa todo o equipamento para desobstruir. E esse trabalho tem dado um resultado muito bom para a gente.
Porém, há situações que essa limpeza apenas não resolve. Então, nesses casos entra a etapa de obras. Como a implantação de mega ralos, que aumenta a captação dos resíduos das ruas sem precisar fazer obras estruturantes. Temos um em Cascadura e outro, na Vila da Penha, que tem dado resultados incríveis. Não encheu desde que colocamos esses mega ralos.
A outra etapa é a limpeza dos rios. Como fazemos em Acarí, Honório Gurgel e Pavuna. Ou então temos que partir para obras estruturantes, que temos como projeto o Bairro Maravilha, que consiste na troca de galerias antigas, da década de 40, 50, 60, e junto com isso trocamos asfalto, construímos calçadas e melhoramos a estrutura do local.
Só para você ter uma ideia, a gente tem 245 milhões de obras em andamento em mais de 10 bairros da Zona Norte. Obras em Olaria, Bonsucesso, Costa Barros, Rocha Miranda, Madureira, Del Castilho, Jardim Guadalupe, e várias áreas da zona norte. Sem deixar de citar o nosso trabalho com a Rio-Águas na questão dos afluentes dos rios. Então, acho que a gente tem feito bem o dever de casa em fazer obras de prevenção.
Conexão Fluminense – A grande novidade do carnaval deste ano é o desfile da nova Intendente Magalhães, de onde veio a ideia de fazer essa mudança?
Diego Vaz – Eu em 2018 desfilei pela bateria do Em Cima da Hora e tomei um susto com a falta de estrutura e organização que tinha ali para desfilar na Intendente Magalhães. Por exemplo, o recuo da bateria era em frente a uma UPA. Então qualquer intempestividade que tivesse ali, o paciente querendo entrar ou sair, a ambulância teria que passar pelo meio do esquenta da bateria. Além de toda infraestrutura de som precária. Você tocava a bateria e não conseguia ouvir o som porque não havia os postes de som.
E quando comecei aqui na prefeitura, no meu primeiro ano foi muito sofrido para organizar. Os carros vêm de todos os lugares. As ruas são muito apertadas para entrar. Há muitas vilas no entorno, enfim, são vários mini-fatores que complicavam o desfile. Então, ouvimos vários pedidos dos moradores e integrantes das escolas para que criássemos uma estrutura melhor. E para que isso fosse realizado mudamos o local do desfile em 300 metros à frente, para uma rua mais larga, com a chegada melhor dos carros, garantindo uma exposição melhor das escolas.
A gente bate tanto na tecla do carnaval da democracia e isso também passa em darmos melhores condições para todas as escolas que participam da festa. Já que entendemos que o carnaval é importante para o social também. Nossa ideia é darmos estruturas para todas as escolas para que se tornem pequenos pólos de formação de novos talentos daqui para frente. Que um jovem aqui do Morro do Campinho possa sonhar e ter estrutura para se tornar um profissional da música, da filmagem, enfim, de diversas atividades culturais que o carnaval abriga.
“A gente tem 245 milhões de obras em andamento em mais de 10 bairros da Zona Norte.”
Diego Vaz, subprefeito da Zona Norte
Conexão Fluminense – Como será a organização do Carnaval na Zona Norte, haverá a concentração de blocos em um espaço só, o que a prefeitura está planejando?
Diego Vaz – A gente fez um estudo muito criterioso atendendo pedidos dos blocos e também com a participação dos moradores e das associações. E temos carnavais espalhados. Temos blocos no Méier, na Abolição e no Irajá.
E a participação popular da Zona Norte é muito diferente do que é, por exemplo, no Centro e na Zona Sul. A dinâmica de quem vende as bebidas, de quem vende as comidas são os ambulantes que geralmente vêm de fora para trabalhar no Centro na Zona Sul. Aqui, quem tá vendendo a barraquinha da pipoca, da bebida e da comida é o próprio morador. Então, ele se sente parte da festa e é o mais interessado que dê tudo certo. E a dinâmica dos blocos pequenos tem ajudado muito a gente. Não tivemos nenhum problema.
Temos contado com toda estrutura dada pela RioTur. A gente tem carro, funcionário à disposição, enfim, estamos com uma estrutura muito boa para garantir conforto ao morador. Nós nunca vamos permitir que um bloco feche a Avenida Goiás, por exemplo, que é a principal via de ligação entre Madureira, Cascadura, até a Pavuna. Estamos organizando nas ruas menores, que causem o mínimo de transtorno para os moradores.
Conexão Fluminense – Apesar da pista do Parque Madureira, a malha cicloviária da Zona Norte é bem enxuta. A subprefeitura pensa em projetos para dar ao morador da Zona Norte mais estrutura para este modal?
Diego Vaz – A gente tem trabalhado muito com a secretaria de Transportes e com a CET-Rio para seguirmos o Plano Diretor e o planejamento estratégico até 2024. Nós implementamos trechos da ciclofaixa em Cascadura, na Ernani Cardoso, que liga a estação do BRT até a estação de trem. Implementamos uma outra no Engenho da Rainha, que liga o metrô até a comunidade da Galinha, no Complexo do Alemão.
Fizemos uma ciclofaixa que liga o estádio Nilton Santos até o NorteShopping. A ideia é ligarmos pontos estratégicos que conectem a modais centrais, linhas de trem e linhas de metrô. E para este ano, já temos projetos para ciclofaixas no Irajá e dar continuidade nas linhas que temos no Méier. Acho que é um passo importante que temos que dar. Implementamos essas três e pretendemos expandir a malha até 2024.
Conexão Fluminense – Você representou o Rio na COP15 em dezembro passado e ressaltou as metas a serem atingidas pelo Rio em relação ao Clima e Meio Ambiente. A Zona Norte ideal passa pela recuperação das áreas verdes?
Diego Vaz – Nós firmamos um acordo de cooperação com o governo do Canadá que vai tanto do financiamento quanto na cooperação de trabalho dos projetos que já existem na Zona Norte. Destes projetos em andamento está o Guardião de Rio, que são trabalhadores locais das comunidades que atuam na limpeza dos rios e dos seus afluentes. Esse projeto será ampliado tanto em termos financeiros quanto de cooperação técnica.
Outro projeto é o Refloresta Rio, projeto que existe desde 92, que será sustentado através desta parceria. Estamos criando o Guardião de Ralos para atuar em conjunto com a operação Ralo Limpo, que vai contar com moradores treinados e capacitados para desobstruir os ralos e melhorar o escoamento. Outra questão que levantamos é a preservação da nossa Mata Atlântica. Apresentamos as ações que a secretária de Ordem Pública para não deixar construções ilegais permaneçam nas nossas áreas de proteção ambiental.
“Desde que eu entrei na prefeitura o meu principal projeto é o resgate do orgulho suburbano. E esse orgulho não fica só no ar simbólico, ele tem que ser através de entregas reais”.
Diego Vaz, subprefeito da Zona Norte
Conexão Fluminense – E agora começando a segunda metade do mandato como subprefeito, qual o principal projeto que você destacaria do seu trabalho até aqui?
Diego Vaz – Desde que eu entrei na prefeitura o meu principal projeto é o resgate do orgulho suburbano. E esse orgulho não fica só no ar simbólico, ele tem que ser através de entregas reais. Então nós temos milhões de investimentos pela cidade. Já citamos alguns investimentos de infraestrutura que temos feito na Zona Norte. Estamos reformando e criando novos espaços como o Bosque Dona Ivone Lara, o piscinão de Ramos, o projeto do Parque Piedade.
Temos também a recuperação dos serviços básicos, a campanha do Asfalto Liso abrangendo mais bairros, a nova iluminação de LED, enfim, a percepção que a cidade voltou a dar certo é muito importante para a recuperação da autoestima. Por exemplo, o subúrbio sempre ficou marcado por notícias negativas: roubos, assaltos, tiroteios… e não queremos tapar o sol com a peneira. Isso existe na cidade, é um problema. Mas podemos resolver essas questões com investimentos, investimentos na ponta, com obras micro e macro.
E a principal entrega que podemos fazer é na questão da mobilidade urbana. Com a entrega do BRT Transbrasil, que vamos inaugurar a estação de Deodoro que fará a ligação com o terminal Gentileza, num percurso inteiro da Avenida Brasil, com mais de 15 estações, e encurtando o tempo de viagem para 45 minutos. Dando assim mais dignidade e qualidade de vida para o trabalhador.
E também damos uma atenção especial para a recuperação das nossas clínicas da família, da saúde básica e atenção primária. Em 2016, a cobertura da atenção primária estava em 70% e hoje encontramos em 48%. Isso é muito grave. Faz muita diferença para os mais pobres. E a nossa meta para final de 2024 é voltar com a atenção primária a 70%. E isso passa pela reforma das clínicas e contratação de mais profissionais da saúde.
Nós queremos ver o cidadão suburbano com mais dignidade. Partindo dos serviços mais básicos, que estão voltando, até os projetos maiores. Acredito que com isso você recupera a autoestima, recupera o orgulho de cidadão carioca, cidadão suburbano e sem dever nada a ninguém.
Conexão Fluminense – Você tem tido significativo destaque no trabalho de subprefeito da Zona Norte, como se enxerga em um futuro próximo, pretende concorrer a cargos eletivos?
Diego Vaz – Eu estou desesperado para me manter como subprefeito. (risos). Com essas mudanças que estão acontecendo e que são necessárias para que a composição política tenha mais espaço para governar o Rio da melhor maneira. Eu confesso que estou me segurando aqui para que eu siga como subprefeito. Então, faço aqui um pedido público ao prefeito que me mantenha aqui. Eu adoro o que faço. Gosto muito de estar aqui. E quero completar esse ciclo todo. Mas acho que estamos muito longe ainda dos próximos dois anos.
Já é claro e evidente que o Eduardo vai tentar a reeleição e eu vou trabalhar muito para ajudar o prefeito ser reeleito e, se ele quiser contar comigo, achar que eu fiz um bom trabalho aqui como subprefeito, estou aqui à disposição. Eu me sinto um privilegiado em trabalhar como subprefeito. É um orgulho. As pessoas não têm noção do que é ser subprefeito de 2,5 milhões de pessoas, 65 bairros, você representar a Zona Norte do Rio, é muita responsabilidade. E eu penso em entregar o melhor trabalho nestes quatro anos.
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