Infraestrutura
Chuvas de verão

Falta de infraestrutura agrava alagamentos no Rio de Janeiro

As tempestades de verão expõem deficiências na preparação das cidades para eventos climáticos extremos, revelando a necessidade de maior investimento em urbanização e infraestrutura.

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08 de janeiro de 2025
Sara Oliveira
Falta de infraestrutura agrava alagamentos no Rio de Janeiro
Medidas preventivas e infraestrutura adequadas podem minimizar os efeitos das tempestades de verão, reduzindo alagamentos e tragédias urbanas. (Foto de banco de imagem)

As chuvas de verão são um fenômeno recorrente no Rio de Janeiro, especialmente nos meses de janeiro, fevereiro e março, trazendo além de alívio para o calor, uma série de problemas para a população. A falta de infraestrutura foi sentida na última segunda-feira (7), quando o Estado foi novamente atingido por fortes tempestades, resultando em diversos pontos de alagamento e até mesmo registro de granizo.

Apesar de inevitáveis, os efeitos das chuvas poderiam ser significativamente minimizados com investimentos adequados em urbanização e infraestrutura. A falta de preparo das cidades para enfrentar tais eventos climáticos extremos levanta questões sobre a efetividade das políticas públicas de prevenção.

“Infelizmente, no Brasil, no Rio de Janeiro, quando acontecem fortes chuvas, há uma tragédia anunciada. Isso acontece porque é necessário realizar algumas ações que, lamentavelmente, não são feitas. Existem ações preventivas de manutenção e conservação das redes pluviais, como a limpeza de bueiros, algo que deve ser feito de forma contínua,” afirmou Sydnei Menezes, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ).

Menezes também destacou soluções bem-sucedidas, como os “piscinões” da Praça da Bandeira e da Tijuca, que armazenam águas pluviais e previnem o sobrecarregamento das redes de esgoto, reduzindo assim os alagamentos. Ele criticou a ausência de políticas públicas permanentes e a fragilidade na fiscalização, que contribuem para o aumento dos casos de enchentes no Estado.

Em 2024, a falta de infraestrutura já era problema

Em fevereiro do ano passado, mais de 230 mil pessoas foram afetadas pelas fortes chuvas no Rio de Janeiro, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ). A população mais vulnerável é a que reside em áreas de risco, mais propensas a deslizamentos e enchentes. Menezes defendeu a colaboração entre governo estadual e prefeituras para o mapeamento dessas áreas e a implementação de sistemas de alerta eficazes para os moradores.

“Outra solução é tratar as encostas com levantamento das áreas de risco. Isso já é feito em muitas cidades brasileiras. É importante alertar previamente para que as pessoas deixem as áreas de risco. A cidade do Rio de Janeiro já realiza esse trabalho de forma eficiente. Existem ações preventivas imediatas e de médio e curto prazo,” completou.

A arborização urbana também é apontada como uma aliada na absorção das águas das chuvas e na redução das temperaturas. Menezes ressaltou a importância de criar praças e áreas verdes, especialmente nas zonas norte e oeste da cidade, que carecem de políticas públicas voltadas ao plantio de árvores. “É preciso traçar, nas ruas da cidade do Rio, uma ação permanente de plantio de árvores,” concluiu.


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