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Faperj lança edital para fomentar pesquisas e bolsas de cientistas negros e indígenas

A Faperj (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio), vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo do Estado (SECTI), e o Instituto Serrapilheira anunciaram o lançamento de uma chamada voltada exclusivamente para o apoio a projetos de pesquisa conduzidos por cientistas negros e indígenas. 

O edital prevê um total de R$ 10,2 milhões entre pagamento de bolsas e investimento nas pesquisas e tem por objetivo promover a mobilidade de cientistas e a diversidade na ciência. O conteúdo da chamada estará disponível para consulta a partir da segunda quinzena de janeiro nos sites das duas instituições.

Dados divulgados este ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que cerca de 57% da população brasileira se classifica como preta, parda ou indígena. Nas instituições acadêmicas, no entanto, essa parcela majoritária da população é historicamente sub-representada. 

Intercâmbio de ideias entre cientistas

O objetivo da chamada é promover mudanças nesse cenário, estimulando o intercâmbio de ideias entre cientistas – que deverão atuar, no caso deste edital, especificamente na Ecologia.

Assim, os candidatos selecionados vão integrar grupos de pesquisa do estado do Rio de Janeiro nos quais não tenham nem se formado nem atuado antes. Os pesquisadores, que trabalharão como pós-doutorandos, podem vir, portanto, de instituições, cidades, estados ou mesmo países diferentes: quanto maior a mobilidade, melhor.

Jerson Lima Silva, presidente da Faperj, acredita em resultados surpreendentes, com muitas contribuições criativas.

– Ao nos juntarmos ao Instituto Serrapilheira nessa empreitada de fomentar a pesquisa em um campo como a Ecologia, acreditamos que estamos cumprindo nosso papel para as futuras gerações. E quando direcionamos este edital para jovens talentosos negros e indígenas, acreditamos que estamos resgatando nossas dívidas com o passado. Esperamos que os resultados sejam surpreendentes, aliando grupos diversos e trazendo contribuições criativas – exalta Jerson.

Cristina Caldas, diretora de Ciência do Serrapilheira, explica que o objetivo é fomentar novas ideias, com novas perguntas.

– Queremos fazer circular ideias novas e fomentar a diversidade entre grupos de pesquisa, ajudando a quebrar um pouco a perpetuação de linhas de pensamento que sabemos que existem no ambiente acadêmico. Os candidatos devem buscar a inserção em grupos de pesquisa, departamentos e instituições diferentes daquelas em que iniciaram suas trajetórias na ciência. Queremos que esses grupos se nutram de novas perguntas, levantadas sobretudo por cientistas negros e indígenas – ressalta.

Quem pode se inscrever

O edital tem como foco jovens cientistas que tenham concluído o doutorado em qualquer área do conhecimento científico, entre 1º de janeiro de 2012 e 31 de dezembro de 2022 – prazo estendido em até dois anos para mulheres com filhos. 

Os candidatos não devem ter nenhum tipo de vínculo empregatício com instituições de ciência e tecnologia (ICTs). O projeto precisa ser no campo da ecologia e os interessados devem indicar o grupo de pesquisa que irão integrar. Esse grupo deve ser formado por outros cientistas e atuar no Rio de Janeiro.

Com a iniciativa, a Faperj e o Serrapilheira pretendem promover novas linhas de pesquisa em ecologia formuladas por pós-doutores negros e indígenas que almejam obter, no médio prazo, posições permanentes. Os oito candidatos selecionados irão receber uma bolsa mensal de R$ 8 mil, além de até R$ 700 mil para o financiamento da pesquisa durante três anos, renováveis por mais dois anos. Serão ainda disponibilizados mais R$ 100 mil especificamente para integração e formação de pessoas de grupos sub-representados nas equipes de pesquisa.

As inscrições podem ser feitas no site do Instituto Serrapilheira entre 21 de março e 24 de abril de 2023. A seleção acontecerá em duas etapas, com uma análise da pré-proposta e outra da proposta completa. Essa avaliação será conduzida por cientistas que atuam em instituições internacionais de excelência.

A bolsa e os recursos para as pesquisas dos candidatos aprovados serão disponibilizados pela Faperj. Já o valor para a formação da equipe com pessoas de grupos sub-representados será disponibilizado pelo Instituto Serrapilheira.

Sobre a Faperj

Criada em 1980, com sede no centro da capital fluminense, a Faperj consagrou-se, ao completar 42 anos em 2022, como a agência de fomento à ciência, à tecnologia e à inovação do Estado do Rio de Janeiro. Vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, a Faperj visa estimular atividades nas áreas científica, tecnológica e do empreendedorismo e apoiar de maneira ampla projetos e programas de instituições acadêmicas e de pesquisa, além de empresas públicas e privadas, sediadas no Estado do Rio de Janeiro. Isso é feito por meio de concessão de bolsas e auxílios a pesquisadores, instituições e empreendedores com visão de inovação, previstos no programa básico e nos editais para concessão de bolsas e auxílios.

Sobre o Serrapilheira

Criado em 2017, o Instituto Serrapilheira é a primeira instituição privada, sem fins lucrativos, de fomento à ciência e à divulgação científica no Brasil. Já apoiou mais de 200 projetos nessas duas áreas, com mais de R$ 60 milhões. Em 2021, lançou a Formação em Biologia e Ecologia Quantitativas (atualmente Formação em Ecologia Quantitativa), primeiro programa do instituto voltado a estudantes que estão nas etapas prévias ao doutorado.

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