O Jardim Botânico do Rio de Janeiro, na Zona Sul da capital fluminense, receberá R$ 120 mil em recursos da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) para o trabalho de diagnóstico, higienização e acondicionamento de seu acervo fotográfico.
Composto de 15 mil itens, o acervo fotográfico armazenado no Galpão de Acervo e Memória do Jardim Botânico testemunha as diferentes etapas das práticas científicas no campo da botânica no país, além de parte significativa da história da instituição. Aproximadamente 3,6 mil negativos rígidos em placas de vidro, produzidos entre 1900 e 1940, são o destaque da coleção.
Historicamente, o Jardim Botânico do Rio organiza e participa de expedições, e o resultado das atividades encontra-se depositado no herbário, arboreto, biblioteca e acervo fotográfico da instituição. O projeto do JBRJ foi selecionado pelo Programa Apoio à Atualização e Manutenção de Acervos nas Instituições de Ensino Superior e Pesquisa Sediadas no Estado do Rio de Janeiro.
– O acervo fotográfico do Jardim Botânico do Rio é histórico, de grande importância não só institucional como também da história das técnicas fotográficas praticadas desde o século 19. Tem um conjunto muito importante de negativos de vidro, em formatos diferentes. São objetos muito bonitos e muito raros. No país, há instituições que perderam esses negativos pela fragilidade. Felizmente, no Jardim Botânico, foram preservados, estão em sua maioria íntegros e precisam ser preservados – afirma a pesquisadora e conservadora de fotografia Marcia Mello, que coordena a equipe do projeto de restauração do acervo. Entre suas atividades mais recentes, destaca-se a curadoria de exposições na Casa Roberto Marinho, Paço Imperial e Museu de Arte do Rio.
O propósito de reconhecimento e valorização do acervo institucional pelo Jardim Botânico do Rio ganhou força a partir de dezembro de 2020, com a inauguração do Galpão do Acervo e Memória, área técnica destinada à reunião e acondicionamento desse material. Além disso, um novo e mais completo sistema de climatização para o espaço acaba de ser adquirido, com investimento de R$ 136 mil.
O local também abriga os acervos de instrumentos científicos, arqueológico e mobiliário, para garantir a manutenção e manipulação seguras pela equipe técnica e pesquisadores internos e externos. Os mais de 10 mil itens do acervo do botânico João Geraldo Kuhlmann (1882-1958) passarão por restauração e serão acondicionados lá. O botânico deu grande contribuição para o conhecimento da flora brasileira e influenciou um grande número de pesquisadores.
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