Categorias: Esportes

Fluminense. História do pó-de-arroz no time de todos

Fluminense é o nome de um dos clubes mais adorados em todo o Brasil e que faz palpitar o coração do torcedor tricolor. A sua fundação deu-se em uma base de criação de um time que fosse motivo de orgulho e vibração da torcida.

Com o passar dos anos, mais do que um time de futebol, o Fluminense passou a ser também um embaixador das boas maneiras e de uma sociedade que se deseja inclusiva e onde todos têm lugar.

Por isso, o recurso ao pó-de-arroz por parte da torcida representa muito mais que uma simples comemoração. Tem história, tem patrimônio civilizacional e tem uma mensagem muito respeitável. Conheça-a.

Pó-de-arroz para unir todos

Muitos brasileiros e estrangeiros que assistem aos jogos do Fluminense seja no estádio, pela televisão ou outros meios de divulgação como streamings de casas de apostas, já verificaram que a torcida do Fluzão gosta de lançar pó-de-arroz para o ar cobrindo as pessoas.

E você sabia que esse é um gesto contra o racismo que tem um histórico de luta há várias décadas no clube do Rio de Janeiro?

A história do pó que tantas vezes é usado na Maracanã e provoca imagens brutais tem uma explicação muito enternecedora.

Corria o ano de 1914, quando o América do Rio de Janeiro enfrentou uma crise financeira sem paralelo à época.

E face aos problemas financeiros muitos dos jogadores acabaram por sair do clube e muitos se transferiram para o Fluminense que começava a construir uma história gloriosa.

Entre estes jogadores estava Carlos Alberto Fonseca Neto. Sua cor de pele era negra e os jogadores negros nessa época não eram aceitos nos times de primeira linha como já era o caso do Fluminense.

A abolição era recente por essa época e muitas tendências racistas ainda vigoravam.

Então Carlos Alberto Fonseca Neto cobria os braços e o rosto com pó branco. Tem quem diga ainda hoje no Brasil que era para tentar escapar dos olhares mais indiscretos e assim ter a possibilidade de alinhar pelo Fluminense.

O clube diz que era um costume do jogador após cortar a barba.

Pó escorrendo em dia de calor

Ao certo ninguém sabe qual era o objetivo, mas Carlos Alberto Fonseca Neto aparecia coberto com o pó no gramado.

Só que teve um dia em que o América, ex-clube de Carlos Alberto, enfrentou o Fluminense e as temperaturas eram tão elevadas que o pó começou a escorrer do rosto e dos braços de Carlos Alberto Fonseca Neto.

A torcida do América começou a chamar Carlos Alberto Fonseca Neto de jogador “pó-de-arroz” em jeito de provocação pela transferência.

Anos mais tarde, os responsáveis pela torcida do Fluminense entenderam que estava aí um bom exemplo de como combater o racismo.

Um caso que virou exemplo bonito

A partir de uma situação, a torcida identificou um exemplo que poderia ser usado para o bem.

Então, passou a ser usado o pó-de-arroz para cobrir a torcida em momentos de comemoração.

Com um história grande no futebol e na sociedade brasileira que importa assinalar em 2022, ano que Fluminense celebra 120 anos, o clube assume seu papel de entidade com obrigações para com o capítulo humanístico e civilizacional.

Assim, têm sido frequentes os momentos de uso de pó-de-arroz entre a torcida do Fluzão, sobretudo nessa altura de comemoração dos 120 anos de existência do clube.

E a a comemoração desse aniversário já vem desde março, quando o Tricolor pegou a Taça Guanabara.

Flu fala em talco usado

A respeito do caso, a informação oficial do clube é aquela que o Fluminense sempre passa, é a de que nesse ano de 1914, o jogador foi contestado pela torcida do América que estava contra sua mudança para o Fluminense.

O clube carioca explica que o recurso a pó de cor branca estava relacionado com um produto que Carlos Alberto Fonseca Neto já usava nos tempos do América após cortar a barba. Somente isso.

O Fluminense não esconde, porém, que a cor usada agora pela torcida simboliza a união do clube que diz ser “de todos”.

Posts Recentes

“Guarda Mirim” é lançado em Maricá para formar jovens cidadãos

A Prefeitura de Maricá lançou, no último dia 13 de maio, o projeto "Guarda Mirim",…

11 horas atrás

Parque São João Marcos inaugura espaço interativo de arqueologia

O Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos, mantido pela Light no município de…

11 horas atrás

Série A2 tem 1ª rodada com clássicos históricos

Apesar da clara situação atual de pouco investimento, Bangu e Olaria são dois dos mais…

14 horas atrás

“Caravana + Qualifica Rio” com inscrições prorrogadas em Volta Redonda

A Prefeitura de Volta Redonda, no Sul Fluminense, anunciou a prorrogação das inscrições para o…

16 horas atrás

VINO! e as despedidas de solteiro

Neste mês de maio, aquela época especial de brinde às noivas, o VINO! Copacabana tem…

3 dias atrás

Seminário discute futuro sustentável do Rio de Janeiro

Nesta sexta-feira (16), o Instituto Coalizão Rio, em parceria com o Sistema OCB/RJ, promoveu o…

3 dias atrás