Marcelo Moura, presidente do Creci-RJ, narra desafios e fala sobre a evolução da profissão

Conexão Fluminense – Em 2022 celebramos 60 anos da regulamentação da profissão de Corretor de Imóveis. Quais os maiores desafios enfrentados nos últimos anos?

Marcelo Moura – Nossa gestão assumiu em janeiro deste ano e o desafio inicial foi estabelecer o conceito do Creci-RJ como a Casa do Corretor de Imóveis. E os profissionais da intermediação imobiliária começaram a perceber esse pensamento de que é no Creci-RJ que as demandas da profissão são solucionadas, de que é aqui no Conselho que o corretor vai encontrar o aprimoramento necessário para atender com eficiência as demandas da profissão. Por outro lado, temos focado também no desafio de retirar do mercado os contraventores, ou seja, ilegais que não possuem o registro no Creci-RJ para exercer a profissão de corretor de imóveis. O foco da nossa fiscalização hoje é exclusivo de combate à contravenção e temos alcançado importantes resultados: mais de 3.000 contraventores foram autuados de janeiro até agosto deste ano. Outra questão que podemos apontar é a aproximação da instituição com as autoridades políticas de diferentes esferas para defender as nossas prerrogativas. Durante muito tempo, o Creci-RJ esteve afastado do contexto político. Agora, temos voz e representatividade e podemos exemplificar através do lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Atuação dos Corretores de Imóveis, iniciativa inédita aqui no nosso estado.

CF – A pandemia e o isolamento social transformaram a atuação dos profissionais. O que fica de legado deste complicado momento?

MM – Além de impulsionar o aspecto digital no mercado imobiliário, com a necessidade do isolamento social na pandemia, o que ficou de legado foi o fortalecimento do setor imobiliário. Enquanto diversos segmentos da economia apresentaram retração no período, o setor de imóveis foi um pilar, apresentando resultados positivos e se destacando no cenário econômico no país, possibilitando excelentes oportunidades aos profissionais.

CF – O Creci-RJ trabalhou e conseguiu, junto a seus pares, a revogação da alteração da lei que regulamenta a profissão e colocaria os corretores de imóveis em risco. Como modernizar a lei sem colocar em risco a profissão?

MM – Nesse aspecto é importante contextualizar a representatividade do Sistema Cofeci-Creci. Através de uma árdua articulação política junto aos deputados e senadores em menos de 24h o Decreto que praticamente desregulamentava nossa profissão foi revogado. Por outro lado, entendemos que é preciso atualizar a Lei que regulamenta nossa profissão, principalmente no que se refere à qualificação dos profissionais. E isso passa pela exigência do ensino superior para se tornar um corretor de imóveis. É nesse sentido que vamos buscar avançar para atender com cada vez mais eficiência as demandas de nossa sociedade.

CF – O número de corretores imobiliários no estado do Rio de Janeiro cresceu nos últimos anos. Qual o trabalho a ser desenvolvido para valorizar estes profissionais?

MM – De fato podemos afirmar que a classe de corretores de imóveis está em ascensão pelos resultados apresentados durante a pandemia e também por ser uma profissão totalmente democrática e que engloba diferentes perfis: do jovem que inicia uma carreira ao mais idoso que busca um reposicionamento no mercado de trabalho.

Diante desse aumento do número de profissionais, temos desenvolvido um amplo trabalho de aprimoramento dos corretores de imóveis, com a realização de cursos, workshops e palestras em todo o estado, buscando municiar os profissionais de informação relevante para o cotidiano. Indo além, a valorização do profissional passa pela ampliação da representatividade da nossa instituição junto aos órgãos governamentais para defender as prerrogativas de nossa classe. E para finalizar, a valorização do corretor de imóveis acontece com uma fiscalização atuante, combatendo e retirando do mercado os contraventores, gerando segurança para a sociedade nas negociações imobiliárias.

CF – O dia do Corretor de Imóveis foi celebrado no dia 27 de agosto. Qual o perfil do corretor de imóveis do futuro?

MM – Antes de projetar o corretor de imóveis do futuro, é necessário mostrar o quanto nossa profissão se adapta e se modificou ao longo desses 60 anos. Se lá no início, o corretor de imóveis era um aproximador de partes, atualmente nos tornamos verdadeiros consultores, atuando para garantir a segurança de uma negociação em todas as etapas: da captação ao fechamento da transação. Sobre o perfil do corretor do futuro, acredito ser aquele em que o profissional esteja totalmente inserido no contexto digital, compreendendo as evoluções como metaverso e realidade virtual,por exemplo, mas sem perder o “olho no olho” para gerar a humanização e entender completamente as necessidades de cada cliente.

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A Coluna Foco Imobiliário é produzida com material enviado pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro (Creci-RJ)